sábado, 20 abril 2024

Editoras celebram aumento nas vendas durante Bienal

Apesar da crise que o mercado editorial atravessa -agravada pelos atrasos de pagamentos das grandes redes de livrarias-, os editores comemoram um improvável crescimento nas vendas na Bienal do Livro de São Paulo, que terminou no domingo.
Ainda que o número de visitantes tenha se mantido praticamente o mesmo – com uma redução de cerca de 3%, de 684 mil pessoas em 2016 para 663 mil neste ano-, editoras consultadas pela Folha relatam uma alta tanto no faturamento quanto no número de exemplares vendidos.
A Sextante, por exemplo, teve um crescimento de 50% em volume de vendas em relação à Bienal passada. A editora trouxe a São Paulo um dos principais autores convidados do evento, o americano A.J. Finn (“A Mulher na Janela”).
O segmento brasileiro da casa americana Harper Collins relata aumento semelhante, mas em relação à Bienal do Rio, que, tradicionalmente, recebe mais público e garante mais lucro às editoras. De acordo com Fernando Garcia, gerente de contas em São Paulo, o faturamento cresceu cerca de 50% com relação ao evento carioca.
A Record, por sua vez, comemorou alta de 5% em exemplares vendidos e de 10% em receita. Para o diretor comecial da casa, Bruno Zolotar, o crescimento da Bienal só não foi maior por conta do movimento de segunda a quinta -de fato, esta edição do evento teve picos nos fins de semana, mas com um último dia esvaziado pelo Dia dos Pais.
A feira, neste ano, ocorreu um mês antes do período habitual -na edição anterior, foi de 26/8 a 4/9. A ideia, de acordo com a Câmara Brasileira do Livro, era coincidir com a data em que as famílias recebem salários.
“Fizemos muitos eventos e isso ajudou. Tínhamos previsto um com a [escritora] Carina Rissi, mas acabamos fazendo quatro por causa da demanda. Venderam-se bem livros para o público feminino de 20 a 35 anos e também autoajuda”, diz Zolotar.
MAIS CRESCIMENTO
A mesma tendência se repete na editora luso-brasileira LeYa, que teve sua melhor Bienal desde o início das operações no Brasil, com um crescimento de vendas de 20%.
A mineira Autêntica relata o mesmo aumento, ressaltando que concentrou lançamentos importantes na Bienal -com 17 autores na programação e uma estratégia de divulgação focada em blogueiros.
Nem vale mais destacar o óbvio, mas a Bienal continua um evento focado no público jovem, que compareceu em peso ao pavilhão do Anhembi.
Segundo Uriel Fernandes, diretor comercial da editora paulistana Martin Claret, a presença do público adolescente foi fator decisivo para o aumento no faturamento da editora, de 15%.
“A impressão, especialmente no último sábado, é que havia muitos adolescentes circulando. Acho que a divulgação feita neste ano, principalmente por blogueiros, conta como fator importante para o aumento nas vendas.”
os números
663 mil pessoas passaram pelo Pavilhão do Anhembi ao longo do evento;
R$ 161,57 foi o valor do tíquete médio gasto pelos visitantes. O número foi 33% maior do que em 2016;
15 mil escolas foram responsáveis por levar 100 mil alunos à feira;
197 expositores participaram da 25ª Bienal do Livro de SP, que teve 30% menos expositores do que a edição passada.
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