sexta-feira, 19 abril 2024

Estudantes brasileiros criam inseticida natural capaz de combater a dengue e outras doenças

A substância foi criada através de compostos de origem vegetal no Laboratório de Farmacognosia da Universidade de Brasília

(Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB)

Em meio ao aumento de quase 90% nos casos de dengue, chikungunya e zika vírus, estudantes da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram um tipo de inseticida natural para eliminar o Aedes Aegypti – o mosquito transmissor dessas doenças.

A substância foi criada através de compostos de origem vegetal no Laboratório de Farmacognosia da universidade.

De acordo com Laila Espíndola, professora da Faculdade de Ciências da Saúde (FS) e pesquisadora do projeto “ArboControl”, as expectativas com o produto são altas. “Esperamos, com este inseticida natural, nos livrarmos destes mosquitos resistentes que não morrem com os inseticidas sintéticos convencionais“, explicou Laila.

Nos próximos dias, os pesquisadores devem realizar os primeiros testes para verificar a eficácia do inseticida e utilizá-lo ainda em Fevereiro, começando pelo Instituto Central de Ciências (ICC).

“Como iremos jogar o inseticida direto na água para matar ovo, larva e pupa, esperamos acabar com o ciclo do mosquito”, detalhou a professora. Laila também explicou que o projeto ArboControl vai monitorar por 3 semanas dezenas de fêmeas do Aedes aegypti no ICC. Durante o mês de Janeiro, 150 armadilhas foram instaladas no complexo para capturar os mosquitos. Cada uma das armadilhas estão envoltas de um composto natural que atrai o inseto, além de simular um reservatório perfeito para as fêmeas depositarem seus ovos.

Após a captura, tem início a aplicação do inseticida, que ocorrerá durante cinco semanas ininterruptas.

Com os resultados em mãos, será possível acompanhar o ciclo de eclosão dos ovos do inseto e analisar a eficácia do produto, que pode ficar mais forte caso os mosquitos sejam excessivamente resistentes.

Durante a fase de reprodução, o mosquito faz a chamada ‘oviposição’, quando coloca os ovos em focos de água ideais. Depois de 2 dias ocorre a eclosão, com a saída da larva. Levando em consideração que todo o processo de reprodução requer água, o inseticida do ArboControl será aplicado justamente nela. A expectativa é eliminar ovos, larvas e pupas antes que estes atinjam a fase adulta.

As informações são da UnB.

Durante o mês de Janeiro, 150 armadilhas foram instaladas no complexo para capturar os mosquitos (Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB)

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