terça-feira, 16 abril 2024

Ex-vereador Adaílton Sá é preso por ‘rachadinha’ em Hortolândia

O ex-vereador Adaílton Sá, de Hortolândia, foi preso na tarde desta quarta-feira (14) no Jardim Amanda. Ele era procurado após ter sido condenado a 23 anos e 4 meses de prisão pelo crime de concussão, prática conhecida popularmente como “pedágio” ou “rachadinha”. De acordo com a Justiça, o parlamentar exigia que assessores nomeados em seu gabinete repassassem parte do salário a ele.  

Sá foi vereador em dois mandatos (2005-2008 e 2013-2016), e foi afastado do cargo em 2016 após as denúncias. Em 2015, quando denunciado, o TODODIA mostrou que os pedidos de repasse, segundo o Ministério Público, chegavam a 80% do valor do salário da pessoa nomeada para o cargo comissionado.

De acordo com o processo, Sá cometeu o mesmo crime durante os dois mandatos, totalizando 126 pedidos de dinheiro a 15 assessores diferentes. O parlamentar alegou à Justiça que seu gabinete era “dinâmico” e que costumava dispensar assessores que não trabalhassem bem e, por “ciúme e inveja”, foi acusado por eles. 

Na sentença de 2018, o juiz Aristoteles de Alencar Sampaio analisou os relatos de todas as vítimas, e cita que, no caso de seis ex-assessores, foi possível identificar extratos bancários de saques feitos na mesma época e com o valor que descreveram em depoimento. 

O juiz também aponta que a defesa não conseguiu comprovar por que motivo as vítimas e testemunhas tentariam incriminar Sá falsamente, descartando a argumentação de perseguição política. Na análise do magistrado, ficou comprovado que o ex-vereador ameaçava os ex-assessores com a perda do cargo comissionado caso não fizessem o repasse. 

“O crime foi praticado no exercício da função de vereador, que possui justamente o dever constitucional de fiscalizar a atividade pública, fato que demonstra intensa reprovabilidade da conduta. Por outro lado, não se pode deixar de reconhecer o expressivo prejuízo financeiro causado, bem como a grave violação ao dever ético de representar de forma proba os cidadãos que o elegeram”, traz trecho da sentença. 

Sá foi condenado a 23 anos e 4 meses de prisão, mas recorreu em liberdade desde então. Em agosto deste ano, o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) confirmou a condenação e expediu o mandado de prisão, cumprido na tarde desta quarta-feira. 

DENÚNCIA 

Segundo informações da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), policiais civis receberam a denúncia de que Sá estava em sua casa, no Jardim Amanda. Ele foi levado ao Plantão Policial de Hortolândia, onde foi registrado boletim de “captura de procurado”. Na sequência, Sá foi enviado à Cadeira Pública de Sumaré. 

A reportagem do TODODIA entrou em contato com o escritório de advocacia que representa Sá para questionar sobre a tentativa de recursos e o posicionamento dele sobre a condenação, mas não houve retorno.

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