quarta-feira, 17 abril 2024

Incidente com avião fecha Congonhas e provoca filas

 Caos foi provocado por efeito cascata após estouro de pneu de aeronave

PNEU FURADO | Avião ficou próximo a barranco do aeroporto de Congonhas, em SP (Foto: Reprodução)

A situação no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, era de tranquilidade no fim da tarde desta segunda-feira (10), após uma manhã bastante complicada, de lotação e filas. Pouco antes de 18h, nenhuma companhia tinha aglomeração de passageiros na área do check-in. O caos de cedo foi registrado em efeito cascata depois de o aeroporto ter ficado fechado para pousos e decolagens por cerca de nove horas, neste domingo (9), quando a pista principal foi bloqueada às 13h32. O motivo foi o estouro de um dos pneus de um jato executivo

Apesar da normalização aparente, ainda há quem sofra o efeito dos cancelamentos e atrasos, apontados em muitos voos no painel. As principais reclamações são a falta de informações claras e a desassistência das empresas. Segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), 233 voos no aeroporto foram cancelados ao longo de todo o domingo.

Nesta segunda, até as 16h30, o número de voos cancelados chegava a 58, sendo 34 de chegada e 24 de partida. Um dos passageiros impactados é o mineiro José Carlos de Oliveira Gomes, 64, que tenta chegar a Maceió, em Alagoas, para férias em família. Ele está com a mulher em Congonhas.

“Saímos de Betim para Confins cedo, cheguei no aeroporto às 6h. Vinha para São Paulo só para uma conexão, e não tenho mais ideia se embarcarei ou não. Ninguém confirma nada, só fica remarcando e remarcando o voo. A falta de informação é de enlouquecer”, diz, ao lado da mulher.

No avião para Maceió também espera embarcar José Marques, 44. Ele e a mulher voltam de Gramado, no Rio Grande do Sul, no último dia de férias. “Primeiro o voo sairia 13h50, aí mudaram para 14h30, 15h10. Agora está para as 21h40, mas olha lá [apontando para o painel de partidas], tá escrito que vai ter um atraso mínimo de quatro horas. Aposto que nem sai hoje”, lamenta. Desde as 13h, a Gol forneceu apenas um voucher de lanche para cada um, no valor de R$ 35, relatam Gomes e Marques. Para efeito de comparação, uma água, um café com leite e um pão de queijo custam R$ 31 na cafeteria no saguão do aeroporto.

“Nem uma refeição, nada. A Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] diz que a cada 2 horas de atraso temos direito a uma refeição, mas quem fala conosco diz que não tem o que fazer”, diz Marques. “Pedi hotel para descansar até a noite, disseram não. Pedi para pagarem o estacionamento extra do meu carro está em Maceió, disseram não.”

O incidente do domingo ocorreu às 13h32, no momento em que a aeronave pousava. Os pneus do trem de pouso traseiro estouraram e o avião derrapou. Só conseguiu parar em uma área chamada de taxiway, pouco antes do barranco que fica entre a pista e a avenida Washington Luís. Segundo a Infraero, cinco pessoas estavam a bordo da aeronave e ninguém ficou ferido. As investigações sobre a causa do acidente estão sendo conduzidas pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica.

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