terça-feira, 16 abril 2024

Parlamento britânico aprova o brexit

O drama do brexit, finalmente, parece próximo do fim. O Parlamento britânico aprovou nesta sexta-feira (20) o acordo de saída com a União Europeia, e o país agora tem caminho livre para deixar o bloco no próximo dia 31 de janeiro. O fim da saga, aliás, é marcado por um certo anticlímax, uma vez que a esmagadora vitória dos conservadores na eleição geral da semana passada fez com que a aprovação do pacto de divórcio fosse apenas uma questão de tempo. 

A votação na Câmara dos Comuns (a Câmara baixa do Parlamento, a mais importante) foi vencida com folga pela ala pró-brexit, com 358 votos a favor e 234 contra, o que não faz dessa sessão algo menos histórico. É, afinal, o fim de uma das maiores novelas da história recente do Reino Unido. Desde que o plebiscito de junho de 2016 decidiu pela separação do bloco europeu, os dois lados tentam negociar um acordo para regular o divórcio e a relação posterior entre eles, mas todas as tentativas fracassaram. 

O anúncio do resultado transformou o em geral sisudo Parlamento britânico em um estádio de futebol. Um deputado conservador -não foi possível identificar qual- gritou em direção à oposição “no fundo da rede”, enquanto seus colegas batiam palma e comemoravam a vitória. Já os trabalhistas permaneceram em silêncio e deixaram o recinto rapidamente. 

Já o primeiro-ministro, Boris Johnson, ficou no plenário para autografar a cópia do acordo que foi distribuída para seus correligionários -uma pequena fila se formou em volta dele com deputados que queriam sua assinatura no documento. Mais cedo, no início da sessão, o premiê disse que a votação era a chance de acabar com a disputa entre as pessoas que queriam permanecer na UE e as que queriam deixar o bloco -ele comparou a divisão do país com a briga entre os Montecchios e os Capuletos em “Romeu e Julieta”. 

“O forno está ligado, a temperatura está alta, nós podemos resolver isso até a hora do almoço”, afirmou ele ao pedir que os parlamentares aprovassem o acordo. 

Já o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, criticou a proposta do rival e afirmou que sua aprovação abriria caminho para o Reino Unido fazer um “acordo tóxico com Donald Trump”. Boris já afirmou que uma de suas prioridades é fechar um acordo comercial com Washington após o brexit. 

Apesar do seu peso simbólico, a votação desta sexta é só a primeira etapa para o acordo de saída de fato ser aprovado. O Parlamento entrará em recesso já nesta sexta e só voltará na semana de 6 de janeiro de 2020. 

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