sábado, 20 abril 2024

Preço da carne cai e inflação de janeiro desacelera a 0,21%, diz IBGE

Após o pico de dezembro, o preço da carne recuou em janeiro e reduziu a pressão sobre a inflação do país. O IPCA (a medida oficial de inflação do país) teve alta de 0,21% em janeiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a menor variação para janeiro desde o início do Plano Real, em julho de 1994.

O dado ficou abaixo das estimativas de economistas consultados pela Bloomberg, que previam inflação de 0,35% para o mês. O preço das carnes teve redução de 4,03% em janeiro, após alta de 18,06% em dezembro. Havia a expectativa entre produtores e o varejo de que os preços continuassem a subir, porém com menor intensidade.

“Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes, nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e alta do dólar que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno”, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Com a variação no preço das carnes, o grupo alimentação e bebidas desacelerou de 3,38% em dezembro para 0,39% em janeiro. Já o maior impacto no mês ficou com o grupo habitação, que apresentou a maior variação, de 0,55%, ou 0,08 ponto percentual no IPCA do mês, puxado pelos aumentos nos preços de condomínio (1,39%) e aluguel residencial (0,61%).

A divulgação é a primeira calculada pelos novos hábitos de consumo. Em outubro do ano passado, o IBGE divulgou que a partir de janeiro de 2020 o IPCA ia atualizar os produtos e serviços para medir a inflação oficial do país, pesquisando a variação nos preços de 56 novos elementos.

Com a mudança no cálculo do índice, o grupo transportes passou a ter o maior peso na nova cesta, e registrou 0,32% em janeiro, puxado pela gasolina (0,89%) e o etanol (2,59%). Os ônibus urbanos variaram 0,78% pelos reajustes nas tarifas em várias regiões. Já passagens aéreas caíram -6,75%, após alta de 15,62% em dezembro.

O transporte por aplicativo, que tem os preços coletados pelo robô criado pelo IBGE que passou a trabalhar no novo cálculo de índice, recuou 0,54% em janeiro, com maior registro em Goiânia (1,99%) e maior queda em São Paulo (-2,89%).

Outros itens que passaram a ser calculados com as mudanças foram serviços de streaming, que não variaram, além de higiene de animais domésticos, com 0,19%, cabeleireiro e barbeiro, com 0,20%, e sobrancelha, com 0,26%. Na análise por regiões, três tiveram deflação, das 16 pesquisadas pelo IBGE. Foram elas Rio Branco (-0,21%), São Luís (-0,19%) e Brasília (-0,12%). A maior inflação foi em Belém e Aracaju (0,39%).

Em dezembro, a inflação marcou 1,15%, no que havia sido o maior resultado para o mês desde 2002, quando ficou em 2,10%. Já em janeiro de 2019, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) marcou 0,32%, pressionado por alimentos e bebidas.

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