O Estado de São Paulo, assim como todo o Brasil, vivencia uma série de eventos climáticos extremos, como ondas de calor e fortes enchentes. Na Amazônia, por outro lado, onde está a maior bacia hidrográfica do mundo, uma seca histórica levou a imagens de devastação nunca antes imaginadas, com rios desaparecendo e, com eles, a própria condição de sobrevivência de muitos ribeirinhos.
Infelizmente esse elenco de eventos climáticos extremos tende a se repetir e se tornar até mais intenso, segundo os cientistas e pesquisadores de várias áreas. Neste cenário, o enfrentamento das mudanças climáticas exige ações coletivas, com a contribuição de todos os setores econômicos e ramos de atividade.
Um deles sem dúvida é o do ramo dos transportes, onde está grande parte da causa das mudanças do clima, em razão do uso intenso de combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo. Uma alternativa cada vez mais exaltada por cientistas e ambientalistas, como resposta a essa situação, é o do apoio à participação da malha ferroviária na matriz de transportes.
As ferrovias são uma clara e eficiente solução aos desafios da emergência climática por vários motivos. Os trens emitem menos gases de efeito estufa do que o sistema rodoviário e, quando se trata de trens elétricos, essa emissão é ainda menor. Hoje são cada vez mais comuns composições ferroviárias com placas solares, por exemplo.
Outra possível contribuição de impacto das ferrovias para o necessário enfrentamento das mudanças climáticas é a sua associação a outros modais de transporte, como o sistema de ciclovias. Na Europa, já são muito comuns os bicicletários ao lado de estações ferroviárias ou de metrô. As pessoas viajam pelos trilhos e, depois, completam o seu transporte ao trabalho ou estudo de bicicleta, um meio de mobilidade que também contribui muito para a melhoria da saúde das pessoas.
São múltiplos os aspectos positivos, portanto, do incentivo ao uso de ferrovias em termos da chamada sustentabilidade. O Brasil tem muito a crescer nesse sentido. As ferrovias respondem atualmente por cerca de 15% do transporte de cargas no país, um índice muito menor do que o de países europeus e América do Norte. Mas novas iniciativas em curso acenam com a intensificação do uso de ferrovias no país, para transporte de cargas e passageiros.
A Frente Parlamentar pela Malha Ferroviária, lançada na Assembleia Legislativa de São Paulo, por iniciativa do meu mandato, está muito atenta a ações pelo fortalecimento e ampliação de nossa malha ferroviária, de modo a contribuir também com a proteção ambiental em geral e com o enfrentamento das mudanças climáticas em particular. Esta é hoje uma questão central para a humanidade e o impacto de ferrovias ampliadas e requalificadas pode ser muito positivo.
