Fundamental para a plena recuperação das funções pulmonares e musculares das pessoas que tiveram Covid-19 – principalmente os casos mais graves -, a fisioterapia tem sido mais procurada pela população em Nova Odessa em Hortolândia nos últimos meses. O serviço é oferecido pela rede pública dos municípios e tem ajudado as vítimas da doença a enfrentar algumas sequelas deixadas pela infecção.
O tratamento fisioterapêutico é importante para fortalecer o pulmão e também a estrutura muscular do sistema respiratório, principal área do corpo afetada pelo vírus. O tratamento pode levar semanas ou meses, a depender da gravidade dos sintomas apresentados pelo paciente.
De acordo com informações da Prefeitura de Nova Odessa, a procura por tratamento no município cresceu 64% em março no comparativo com o mês de janeiro. Em março, também, foi o período em que toda a região sofreu mais com a segunda onda da pandemia, o que pode explicar o aumento da procura.
Foram 178 pacientes atendidos pela rede municipal em janeiro, e o número saltou para 292 em março, totalizando 1.323 sessões realizadas apenas em março.
Nesse período, a prefeitura fez um trabalho de conscientização sobre a importância de comparecer às sessões agendadas, e o índice de faltas caiu de 35% em janeiro para 14% em março.
Nesse período de três meses, também foi feita uma avaliação de eficiência do tratamento em cada paciente, para ver se estava tendo resultado a metodologia aplicada. Segundo o estudo, 88% das pessoas apresentaram diminuição das dores.
De acordo com a fisioterapeuta Bianca Jorenti, que atua na rede pública de Nova Odessa, o ideal seria que todos os pacientes que tiveram Covid-19 passassem por uma avaliação para ver a necessidade do tratamento, já que os sintomas podem ser variados e é preciso estar atento a eles.
“Não são só os pacientes graves que podem ter sequelas ou dificuldades de voltar ao dia a dia, pessoas com sintomas leves também podem ter. Os sintomas mais comuns são fadiga, cansaço, falta de ar, dor de cabeça, e alguns relatam até dificuldade de memória, isso tudo pode aparecer semanas depois do fim da infecção.
O vírus causa uma inflamação no corpo, não é só no sistema respiratório, afetando vários sistemas do corpo. Então a infecção já passou, mas o corpo fica com essas sequelas”, explicou a fisioterapeuta.
A profissional disse que mesmo que o paciente siga em repouso após a infecção, algumas funções não irão se recuperar sozinhas, por isso, ao sentir qualquer sintoma após a Covid, é importante buscar uma avaliação.
“É importante ficar atento a tudo, pensar como você era antes da Covid e como está agora. O fisioterapeuta vai avaliar e entender o quão grave ou não é a situação de cada paciente. A partir daí, a gente consegue traçar um plano de tratamento e avaliar o que vai precisar, quantas sessões”, disse.
No município, para receber o atendimento gratuito, o paciente precisa de encaminhamento feito por um médico.
HORTOLÂNDIA
Hortolândia também tem registrado alto número de pacientes recuperados da Covid-19 no Centro de Reabilitação buscando atendimento fisioterapêutico. Até agora, o serviço já atendeu 195 pacientes, sendo que 90 já receberam alta.
De acordo com a diretora de atenção especializada da Secretaria de Saúde, Fátima Gomes, para receber o tratamento o paciente precisa apresentar exame ou relatório médico para comprovar que teve a doença.
Dentre as principais sequelas apresentadas por pacientes recuperados da Covid-19, a diretora aponta dificuldade de respirar e fraqueza muscular.
“Temos percebido que pacientes que ficaram internados por um longo período em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) também apresentam perda de coordenação motora. Por meio da fisioterapia, eles reaprendem a andar, entre outras atividades”, explica Fátima.
O Centro de Reabilitação fica na Rua Benedito Manduco de Souza, s/nº, no Jardim das Paineiras (atrás do Open Shopping).
O serviço é realizado mediante agendamento prévio, que pode ser feito pelo telefone (19) 3865-1928 ou diretamente na unidade, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Serviço em Hortolândia já atendeu a 195 pacientes (Foto: Divulgação)
REPORTAGEM: Leon Botão
