sábado, 23 novembro 2024

Plano econômico de Nicolás Maduro entra em vigor

Novos bilhetes do bolívar com menos cinco zeros entraram em circulação ontem na Venezuela, na primeira medida do plano de reformas econômicas do ditador Nicolás Maduro.
Devido às incertezas, muitos comércios fecharam no fim de semana em Caracas e em outras cidades, enquanto os postos de gasolinas se encheram de filas diante de um anunciado aumento nos preços.
Maduro sustenta que a emissão dos novos bilhetes será o ponto de partida para uma “grande mudança”. A maior nota será de 500 bolívares (cerca de US$ 7 ou R$ 27).
Na última sexta, Maduro anunciou a unificação das taxas de câmbio do país; a nova taxa passa a ser atrelada a uma criptomoeda, que por sua vez é ligada ao preço do petróleo. Com a medida, a moeda do país na prática foi desvalorizada em 96% em relação ao dólar.
Maduro disse que o petro, a criptomoeda criada por ele no início do ano, passa a definir, além do câmbio, também o salário mínimo e as pensões. Um petro vai valer US$ 60 (R$ 235) ou 360 milhões de bolívares.
Outra medida anunciada foi o aumento do salário mínimo em quase 3.500% a partir de 1º de setembro.
Maduro anunciou que o governo cobrirá por um prazo de 90 dias o aumento salarial que pequenas e médias empresas devem fazer.
Henkel García, diretor da consultoria Econométrica, avaliou que o reajuste dos salários implicará um aumento de moeda em circulação, raiz da hiperinflação. Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), a inflação na Venezuela este ano será de 1.000.000%.
Os três principais partidos opositores convocaram uma greve de 24 horas para hoje, em protesto contra o plano econômico.

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