sábado, 23 novembro 2024

Doria chama ex-comandante da PM para administrar presídios

Ex-comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, o coronel Nivaldo Restivo, 53, deve ser anunciado nos próximos dias pelo governador eleito João Doria (PSDB) como o futuro secretário da Administração Penitenciária, responsável pela gestão de 171 unidades prisionais, com capacidade para 140 mil presos e população atual de cerca de 227 mil presos.

Atual chefe de gabinete de Mágino Alves Barbosa Filho na Secretaria Estadual da Segurança Pública, o oficial tem no currículo o comando de tropas elite, como a Rota, e participação indireta na ação policial conhecida como massacre do Carandiru, em 1992, que resultou na morte de 111 presos. À época, era tenente no Batalhão de Choque e responsável pelo suprimento do material logístico da tropa em ação.

Restivo assumirá no lugar de Lourival Gomes, secretário que trabalha no sistema prisional há 47 anos e um dos maiores conhecedores do assunto no país.

Desde que assumiu cargos de relevo em março de 2006, após os ataques do PCC pelo estado, Lourival conseguiu estancar a crise nos presídios –praticamente zerando as rebeliões e uma série de mortes no sistema prisional, apesar da crescente superlotação.

Lourival passou a comandar a pasta dos presídios em março de 2009, no lugar de Antônio Ferreira Pinto, que migrou à época para a Segurança Pública.

Ameaçado há anos pelo PCC, Lourival vive uma rotina de forte esquema de segurança e é avesso a entrevistas. A última vez que concedeu entrevista a jornalistas foi sobre operação de inteligência da secretaria que desencadeou uma das maiores operações contra a facção, a Operação Echelon.

Filho de um sargento da Polícia Militar, o ex-comandante da PM ganhou prestígio na cúpula da Segurança Pública após conseguir realizar um trabalho eficaz de combate ao crime e reduzir uma série de indicadores de violência. Quando Márcio França (PSB) assumiu o governo, foi convidado para assumir a vaga de chefe de gabinete da secretaria.

O nome de Restivo para a SAP agradou a setores do Ministério Público e da própria Polícia Militar que defendem que o Estado amplie a ofensiva contra o PCC, facção criminosa nascida nos presídios paulistas nos anos 1990 e que, estima-se, controla hoje 90% do sistema prisional paulista.

Receba as notícias do Todo Dia no seu e-mail
Captcha obrigatório

Veja Também

Veja Também