Primeiro, desculpa por botar vocês nessa enrascada que é viver em 2023, onde micropartículas de plástico estão até nas placentas de bebês. Podia usar o argumento de que nos anos 80 tudo era permitido, mas isso não vai livrar vocês da correria para tentar reverter um pouco do nosso estrago. A verdade desconfortante é que esse ‘blablablá’ de cosmético limpo, ou “Clean Beauty“, na maioria dos casos, é mais falso do que filtro de instagram.
A pele é o maior orgão do corpo humano, então haja consciência para escolher o que vocês vão usar diariamente. Sabe aquele batom incrível, tendência, que fixa o dia todo? Às vezes, esse milagre da fixação está relacionado a alguma substância cancerígena. E aquela base baratinha, vendida para todo tipo de pele, nada mais é do que um amontoado de produtos químicos que a gente nem consegue pronunciar.
Esses dias mesmo, suspenderam algumas marcas de relaxante capilar porque estavam cegando as mulheres que usaram. Sei que ler rótulos é uma tarefa difícil, mas investiguem se o cosmético “natural” é mesmo feito com matéria-prima pura, sem agrotóxicos. Evite derivados de petróleo, como sulfatos, parabenos, corantes e óleos minerais. Já faz tempo que combustível fóssil não é mais tendência.
Se o cosmético é bom, tem que trazer benefícios para vocês e para o mundo todo. Então, exijam que não façam mais testes em animais (minha geração já matou tantos coelhos e ratinhos), sejam seguros para os recifes de corais (e o oceano) e que cuidem da reciclagem para diminuir o lixo (porque já não sobrou muito espaço no planeta para isso).
Enfim, peçam explicação, comprovação, selos, auditoria, certificação, preocupação legítima com o planeta. Façam o que vocês sabem fazer de melhor, nos culpem e exijam retratação. Tem muita marca legal para ser descoberta e deixar o mundo de vocês menos sujo de verdade.
