Homicídios crescem em Hortolândia e Sumaré

As cidades de Hortolândia e Sumaré foram responsáveis por um aumento de 62% no número de homicídios na região no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O número total de assassinatos nas cinco cidades da região subiu de 21, de janeiro a junho de 2019, para 34, no mesmo período deste ano. 

O número corresponde à somatória dos casos registrados em Americana e Santa Bárbara d’Oeste, que integram o 19º Batalhão da Polícia Militar, e Nova Odessa, Hortolândia e Sumaré, abrangidos pelo 48º Batalhão de Sumaré. Hortolândia registrou um aumento de 175% nos homicídios no semestre, saltando de quatro casos para 11 e Sumaré teve 75% de crescimento no período, de 8 para 14 homicídios (Veja quadro abaixo). 

Americana – com seis registros de homicídios nos dois períodos -, Nova Odessa, sem ocorrências nos dois anos, e Santa Bárbara, com três mortes em cada ano, tiveram estabilidade nas ocorrências. 

Na contramão, outros cinco principais indicadores da criminalidade tiveram queda nas cinco cidades, como tentativa de homicídio, com redução de 10% (de 30 para 27); estupro, com queda de 18,18% (de 99 para 81); roubos em geral – outros (exceto roubos de veículos), com diminuição de 30,81% (de 1.665 para 1.152); roubo de veículos, com 23,03% de queda (de 452 para 347)  e  furto de veículos, redução de 65,5% (de 1.215 para 1.136). 

As estatísticas são da SSP (Secretaria de Segurança Pública) e foram divulgadas na sexta-feira passada (24). A queda da criminalidade no período também foi verificada em todo o Estado, segundo a pasta estadual. 

A capitã Carolina Pádua Rosa, coordenadora operacional do 19º Batalhão, ressaltou que Americana registrou queda nos casos de tentativa de homicídio e manteve estabilidade nos homicídios. 

Em Santa Bárbara, houve queda no crime de homicídio, manutenção do número de casos de estupro e aumento na tentativa de homicídio. “Por ser um crime tentado, nota-se que houve de qualquer forma uma frustração na sua consumação, seja ela pela Polícia ou pelo próprio autor”, explicou a capitã. 

NOVA ODESSA 

Pelo segundo ano consecutivo, nenhum caso de homicídio doloso (com intenção) foi registrado em Nova Odessa nos primeiros seis meses deste ano. A mesma marca já havia sido registrada em 2019. Essa foi a terceira vez que a cidade zerou o índice de homicídios, na série histórica iniciada em 2002. 

O diretor da Guarda Civil Municipal, Nilton Cesar Alves, atribui o resultado ao trabalho do Serviço de Inteligência da corporação e à união das forças de segurança do município. 

“Estruturamos o trabalho na cidade em três pilares: videomonitoramento, inteligência e policiamento ostensivo e repressivo. Dessa maneira, temos conseguido agir preventivamente, desarmando e prendendo criminosos. Mas, essa engrenagem só funciona com todos, Guarda, Polícia Militar e Polícia Civil, sincronizados”, explica. 

SUMARÉ 

A Guarda Municipal de Sumaré informou que, no geral, o município registrou queda de 16,16% nos crimes, nos seis itens analisados pela reportagem. Essa queda deve-se especialmente pelas inúmeras operações policiais realizadas em todo o município, com redução da criminalidade, informou. Outros fatores que contribuíram para isso foram implantação, em 2018, da ROMU (Ronda Ostensiva municipal); e uso de tablets nas viaturas. 

ESTUPRO AUMENTA EM AMERICANA E SANTA BÁRBARA  

Americana e Santa Bárbara d’Oeste registraram um aumento expressivo dos casos de estupro, na contramão das demais cidades que tiveram queda nos indicadores. O número de estupros aumentou 92% em Americana no primeiro semestre deste ano, passando de 13 casos, de janeiro de junho de 2019, para 25, no mesmo período deste ano. 

Em Santa Bárbara, os casos de estupros saltaram de cinco para sete no período analisado, um aumento de 40%. 

Em Hortolândia, houve redução de 52% nesse indicador (de 42 para 20), em Nova Odessa, de 57,14% (de sete para três) e em Sumaré, de 18,75%, de 32 para 26 registros. Boa parte dos casos refere-se a estupro de vulneráveis. Dos 25 casos em Americana neste ano, 18 eram deste tipo. Em Hortolândia, dos 20 casos no total, 12 eram de vulneráveis; em Nova Odessa, dois dos três estupros foram de vulneráveis; em Santa Bárbara, três dos sete casos eram de menores e em Sumaré, dos 26 registros, 19 se referiam a menores. 

“Este crime, infelizmente, é de difícil prevenção, pois normalmente ocorre dentro de casa”, explicou a capitã Carolina Pádua Rosa. “É lamentável, porém uma justificativa pode ser a quarentena”, informou a capitã.