sábado, 23 novembro 2024

Após prisões, Omar se diz surpreso e abre sindicância

O prefeito de Americana, Omar Najar (MDB), disse ontem ter sido surpreendido pela prisão de dois secretários do seu governo, considerados os homens fortes de sua gestão – Alex Niuri (Negócios Jurídicos) e Juninho Barros (Governo), além de uma funcionária da prefeitura que trabalha no setor de licitações, alvos da “Operação Cadeia Alimentar II“. Diante das prisões, o prefeito determinou a imediata abertura de sindicância interna na prefeitura para apurar os fatos. 

Chateado com o episódio, o prefeito afirmou que a situação é desagradável, mas que não aceitará “deslizes”. Se for comprovada culpa dos secretários, pretende exonerá-los. E o mesmo ocorrerá se houver fatos semelhantes envolvendo seu secretariado. 

Omar deu esse recado na frente de outros secretários, em entrevista ao TODODIA, ontem no início da noite, no Gabinete. “Eu me senti surpreso. Eu tenho ainda confiança (nos acusados) porque até então, até que provem o contrário, eu não tenho prova nenhuma que eu posso acusá-los. Agora, se houver isso, eu estou muito desapontado, porque é uma situação muito desagradável. São homens da minha confiança, que trabalham aqui há tempos e se houve, vão ter que pagar por isso e nós vamos agir com a maior rigidez. É uma situação muito desagradável para mim, com certeza”, desabafou. 

O emedebista diz que desconhecia os fatos. “Administrar uma cidade não é fácil, você não fica sabendo de tudo. Evidente que se a gente soubesse, a gente teria tomado as providências anteriores”, disse. E afirmou não ter como fiscalizar todos os 11 secretários e que tem confiança neles, até que se prove o contrário. 

MERENDA 

Segundo Omar, existe uma sindicância interna na prefeitura sobre a questão da merenda, do ano de 2013, que estava em andamento. Inclusive a sindicância virou processo judicial. Mas ele afirma que desconhecia totalmente irregularidades em 2017, como investiga a Polícia Federal, com envolvimento de dois secretários. Por isso determinou a abertura de nova sindicância ontem, assim que soube das prisões. A prefeitura monitora as investigações da Polícia Federal para averiguar a veracidade das informações. 

A empresa alvo da investigação da Polícia Federal começou a fornecer alimentos à prefeitura em 2013, e o contrato foi prorrogado seguidas vezes, até o fim dele ano passado. Ao assumir, o governo Omar renegociou o valor do contrato para R$ 750 mil, 30% abaixo do valor anterior pago, segundo o secretário de Administração, Eduardo Flores. 

O prefeito garantiu que a merenda tem qualidade, com gêneros de primeira qualidade. “Eu acho que a merenda é muito importante e mexer na merenda e prejudicar as crianças, para mim, é um crime muito, muito desagradável. Eu acho que quem utilizar disso ai tem que pagar”. 

MUDANÇAS 

A prisão dos dois secretários do governo Omar vai provocar mudanças. O Jurídico continuará sendo tocado pelo corpo técnico, formado por 20 profissionais. Já as funções do secretário de Governo serão exercidas pelos secretários da parte administrativa. Às quartas-feiras continuam as reuniões na prefeitura com o líder do prefeito na Câmara Pedro Peol para discutir os projetos antes das sessões na quinta-feira. “A vida segue e temos que fazer a administração funcionar. Prezar o seguinte: transparência, transparência e transparência…”, completou. 

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