Americana corre o risco de enfrentar uma nova epidemia de dengue neste ano. O alerta foi feito pela direção da própria Vigilância Ambiental, que cuida do programa de controle da doença.
O motivo que acende o alerta entre os técnicos da Saúde é a reintrodução do vírus do tipo 2, responsável pela epidemia do ano passado, quando foram confirmados nada menos que 4.589 casos na cidade.
O Ministério da Saúde já confirmou que o vírus está novamente em circulação, em vários estados brasileiros.
DESLEIXO
Outro fator que deixa os técnicos preocupados é a falta de empenho dos próprios moradores em eliminar os possíveis criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus.
Quando a doença parece controlada – como foi o caso de 2017 e 2018 – os moradores simplesmente deixam de tomar cuidados básicos, como eliminar os recipientes com água parada.
Como o assunto deixou de ser comentado e sumiu das manchetes dos jornais, a população relaxou, deixou de ter cuidados com o ambiente doméstico.
NOVO SOROTIPO
A presença do vírus do tipo 2 causa preocupação por uma razão básica. Trata-se de um sorotipo diferente do que vinha sendo registrado na comunidade ao longo dos últimos dez anos.
“Por isso estamos diante da suscetibilidade de uma nova epidemia, como a que nos pegou de surpresa no ano passado”, afirma Antonio Jorge da Silva Gomes, coordenador da Vigilância Ambiental.
Isso seria, na visão dele, motivo suficiente para manter a população atenta. Mesmo porque está comprovado que 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências.
Outro mito que precisa ser superado, segundo Jorge, é que os riscos de contaminação se limitam ao período de chuvas. Na seca, diz, as pessoas armazenam a água. Os riscos continuam existindo.
REFORÇO
Diante do quadro atual, a Administração decidiu reforçar o combate aos criadouros do mosquito. Uma das medidas tomadas foi a contratação da empresa Sime Prag do Brasil, que vai receber R$ 588 mil para executar os serviços preventivos.
O contrato prevê a visita de 40 mil imóveis a cada mês, para reforçar a orientação à população, seja nos cuidados com prédios habitados como fechados.
As equipes municipais seguem trabalhando normalmente. Também será mantida a identificação do índice de Breteau, que aponta a incidência de larvas em determinada região da cidade.
O AEDES E A PREVENÇÃO | Agentes trabalham no controle dos criadouros urbanos
ESTE ANO
De 1º a 15 de janeiro deste ano, foi confirmado apenas um caso positivo de dengue em Americana. Foi no Residencial Jaguari.
Janeiro do ano passado, nesta mesma época, já tinha 39 casos confirmados.
Acontece que a epidemia chega sem avisar, e os números de casos confirmados da doença disparam. Juntos, os anos de 2015 e 2019 registraram 11.977 casos da doença.
ANO A ANO
ANO CASOS2019 4.589
2018 15
2017 18
2016 1.068
2015 7.388
(*) Nos anos 2015 e 2019, os números contabilizados em Americana pela Vigilância Ambiental configuraram epidemias da doença.