Entre os blogueiros que apoiam o presidente Jair Bolsonaro estão quais Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio e Bernardo Küster
A CPI da Covid determinou nesta quinta-feira (19) a quebra de sigilos de influenciadores e blogueiros bolsonaristas, entre os quais Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Bernardo Küster, entre outros. Os requerimentos foram aprovados em bloco logo na abertura da oitiva agendada para ouvir o depoimento de Franscisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa pivô do caso Covaxin.
Senadores que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentaram impedir a quebra de sigilos de produtores de conteúdo e de sites conhecidos por disseminar fake news. Os parlamentares alegaram que existiria uma “caça” à liberdade de expressão. Após pleito de Eduardo Girão (Podemos-CE), os requerimentos foram apreciados em separado, mas os governistas foram igualmente derrotados.
Além de blogueiros e influenciadores de extrema-dreita, a CPI também aprovou a quebra de sigilo fiscal do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), e do advogado Frederick Wassef (que atua em casos envolvendo a família Bolsonaro).
Durante a fase de debates, Girão declarou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ao desmonetizar blogs e sites suspeitos de produzir fake news, estaria praticando um gesto que poderia, no futuro, afetar a imprensa.
“Quero fazer um apelo porque estamos vendo uma verdadeira caçada dos tribunais. O TSE está desmonetizando sites e blogues de ideias que tem ideias divergentes de narrativas que a gente tem visto no Brasil. Começa com site, começa com blog, depois afeta a imprensa”, disse Girão.
Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) classificou a quebra de sigilos como “perseguição política” e disse que é um erro qualquer tipo de pré-julgamento.
“Houve um requerimento entre esses que foi aprovado hoje relacionado à servidora Thais Amaral de quebra de sigilo desta servidora, desconectado de qualquer fundamento desta CPI, mas que houve a sua deliberação. Registrei meu voto contra todas as quebra”, afirmou Marcos Rogério,
O autor do requerimento de Thais Amaral, item 119 da pauta de hoje, é o relator Renan Calheiros (MDB-AL). Ao se queixar ao presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), Marcos Rogério ouviu que Calheiros, por ser relator da Comissão, teria seus motivos para realizar o pedido contra a servidora.
Requerimentos aprovados
Entre os requerimentos aprovados hoje está a quebra de sigilo da empresa Global Saúde e da Senah, suspeitas de terem envolvimento com a negociação de imunizantes junto ao Ministério da Saúde.
Outras empresas do sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, tiveram o sigilo quebrado. Hoje o empresário presta depoimento ao colegiado após quatro tentativas frustradas.
Alvo da CPI da Covid desde junho deste ano, o empresário se tornou suspeito diante do contrato de R$ 1,6 bilhão fechado entre o governo federal e a Precisa Medicamentos para a compra da Covaxin, como ainda por um histórico de medicamentos pagos, mas não entregues, ao Ministério da Saúde.