sábado, 23 novembro 2024

‘Venda’ de Marinho gera desgaste

Uma carta assinada por José Carlos Peres, atualmente afastado da presidência do Santos, autoriza um empresário a negociar o atacante Marinho, 30, com clubes de países árabes.

A data do documento aumenta o desgaste no já tumultuado ambiente político da agremiação, 4 de outubro de 2020, seis dias após Peres ter sido retirado do cargo pelo conselho deliberativo do clube sob acusações de má gestão.

A autorização, em teoria, ainda é válida. O texto, ao qual a Folha teve acesso, diz que ela expira após o dia 16 de novembro. Segundo especialistas em direito esportivo ouvidos pela reportagem, esse tipo de documento serve para garantir exclusividade ao agente em transferências de atletas.

“Essas autorizações concedidas pelos clubes a agentes são de enorme relevância prática, pois garantem exclusividade para a negociação do jogador em determinado país. Assim, havendo proposta de um clube daquele país e sendo realizado o negócio, é garantido ao agente uma comissão sobre a transação”, diz o advogado Eduardo Carlezzo.

Não há notícias de que até agora tenha chegado ao Santos qualquer oferta por Marinho, principal jogador do time no ano e vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 12 gols. O contrato entre a equipe e o atleta vai até o final de 2022.

Nesta quarta (4), o comitê de gestão do clube protocolou no conselho deliberativo um pedido para que o fato seja apurado, assim como a responsabilidade de Peres no caso.

Procurado pela Folha, ele afirma que assinou cartas como presidente, no máximo, até o mês de setembro.

“Algumas já venceram. Uma ou duas têm vigência até o dia 15”, disse em mensagem, sem detalhar o teor dos documentos.

A diretoria do Santos afirma ter tomado conhecimento da existência da carta no último dia 15, quando o agente de Marinho, Jorge Machado, mandou uma mensagem para o atual presidente do Santos, Orlando Rollo. O clube fez uma ata notarial da conversa, registrada no 8º Tabelião de Notas da cidade do litoral paulista.

Marinho não poderia ser vendido na data compreendida pela carta sem aprovação do conselho deliberativo.

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