O Codepasbo (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural de Santa Bárbara d’Oeste) retomou a discussão sobre o tombamento histórico do estádio do União Barbarense, o Antonio Lins Ribeiro Guimarães, nesta segunda-feira (4). “O presidente do Codepasbo, Graciano dos Santos Arosti, irá definir a possibilidade de uma reunião extraordinária ou ordinária para que os membros do Conselho aprove ou não a abertura do processo de tombamento”, disse o presidente de honra da TUSB (Torcida Uniformizada Sangue Barbarense), Carlos Festa.
Ele avaliou a reunião como positiva. “Essa campanha teve êxito e conseguimos ser ouvidos pelo presidente do Codepasbo e seus membros. Foi exposto de forma muito clara que as autoridades constituídas precisam buscar uma solução para salvar o estádio Centenário”, comentou.
A reunião ocorreu no Centro Social Urbando (CSU), na Avenida de Cillo, em Santa Bárbara d’Oeste. Está agendada uma manifestação popular está no próximo sábado (9) pelas ruas da cidade, com caminhão de som, em favor ao tombamento. O historiador Antonio Carlos Angolini junto com o historiador e jornalista esportivo barbarense J.J. (João José) Bellani também explanaram sobre a importância histórica do estádio. O presidente do Codepasbo foi procurado para comentar o assunto, mas não respondeu ate o momento.
O União Barbarense possui dívidas trabalhistas avaliadas em R$ 18 milhões. Vereadores, torcedores e a população se mobilizam para o tombamento histórico do estádio, pois caso seja tombado, não poderá ser demolido. O patrimônio do povo barbarense tem uma história de mais de 100 anos. O estádio foi colocado a leilão e comprado por dois empresários pelo valor de R$ 11,3 milhões, em novembro de 2021, com um sinal de R$ 100 mil.
Audiência Pública na Câmara Municipal foi suspensa e será realizada no próximo dia 27
No dia 27 de setembro está marcada uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste para debater o tombamento com a geógrafa Simone Scifoni, professora da USP (Universidade de São Paulo).
Scifone é uma das maiores conhecedoras sobre o tema, atuando em instituições públicas de proteção do patrimônio cultural, como o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Condephaat/SP, é fundadora e membro da Rede Paulista de Educação Patrimonial (REPEP). Além de vice-diretora do Centro de Preservação Cultural CPC/USP e coordenar o Grupo de Pesquisa Patrimônio, Espaço e Memória (PEM), certificado pelo CNPq.
Uma audiência estava marcada para o dia 24 de agosto, mas foi suspensa por determinação judicial. O juiz da 1ª Vara Cível do município deferiu o pedido liminar feito por 10 ex-jogadores do União Barbarense, credores do clube. Eles alegaram que a designação da reunião fere a Lei Orgânica do Município (LOM), que determina um intervalo mínimo de 15 dias entre a convocação e a realização de uma audiência pública.