sexta-feira, 22 novembro 2024
312 CASOS EM 2023

Estado tem aumento de 102,5% nos atendimentos e internações por exposição ao calor intenso

Números são dos sete primeiros meses do ano, registrando 158 casos a mais comparado ao mesmo período de 2022
Por
Isabela Braz
Foto Paulo Pinto/Agência Brasil

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) divulgou nesta sexta-feira (23) um aumento expressivo nos registros de atendimentos ambulatoriais e internações por decorrência da exposição ao calor intenso em comparação a 2022.

Foram 312 casos registrados nos primeiros sete meses de 2023, contra 154 no ano de 2022 no mesmo período, um aumento de 102,5% dos registros. Em 2023, cinco mortes já foram registradas por decorrência do calor.

Com dados alarmantes da saúde e também dos divulgados pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), onde foram constados que todo o Estado se encontra em alerta de grande perigo com as temperaturas 5ºC acima da média, a pasta reforça a toda a população a necessidade de cuidados redobrados durante esta semana.

Pessoas com mais de 60 anos, crianças com menos de quatro anos e pessoas com deficiências cognitivas são as mais afetadas e precisam de atenção redobrada para não correr riscos de desidratação e efeitos colaterais.

“Os principais cuidados são tomar líquidos, principalmente água, no mínimo um litro e meio a dois litros, que devem ser ingeridos ao longo do dia e não de uma vez só; os ambientes devem ser mantidos arejados e frescos; usar roupas leves; e, se for realizar exercício físico ou passeios, fazer isso antes das 10 ou depois das 16 horas, evitando ficar em exposição ao sol mais intenso”, afirma a médica geriatra Drª Erica Boteom.

Cuidados com as crianças

Segundo o pediatra e Diretor da Divisão de Neonatologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Unicamp, Dr. Jamil Caldas, afirma sobre os riscos com as crianças. “Por mais que seja por período curto, nunca se deve deixar a criança dentro do carro nesse momento, em que temos temperaturas elevadas até o começo da noite, porque o carro é uma estrutura metálica e, portanto, ele aquece com a temperatura externa e, dentro, a temperatura é mais elevada do que do lado de fora”, aponta o pediatra.

A dependência de adultos para se alimentar e a dificuldade em comunicar quando estão com sede e com calor são alguns dos fatores que colocam as crianças em risco. No entanto, segundo o Dr. Jamil, as crianças também perdem mais líquidos proporcionalmente em relação aos adultos.

“A criança sofrendo com os efeitos de calor extremo fica irritada, chorosa, se ela já tem capacidade de se expressar avisa que está quente, que está passando mal, que está com sede, pode apresentar pele avermelhada pelo aumento da temperatura corporal, passa a urinar menos e requer atenção do adulto para arejar o ambiente e oferecer líquidos para ajudá-la a regular sua temperatura”, diz Jamil.

Pais devem ficar atentos aos sinais da alta exposição de calor e aos pequenos, podendo notar os seguintes sintomas caso os pequenos estejam desidratados:

• Sinais de Sonolência;
• Letargia;
• Fraqueza;
• Dores de cabeça persistentes e resistentes a analgésicos;
• Tontura intensa;
• Náusea;
• Vômito;
• Convulsões.

Crianças pequenas podem também apresentar outros sinais físicos, como leve depressão na região da moleira.

Idosos também têm mais riscos de apresentar desidratação, pois estão mais sujeitos a outras doenças, como diabetes e hipertensão, que levam ao uso de medicações que aumentam a quantidade de perda de líquido pela urina e isso faz com que o idoso precise repor mais a água por via oral nas épocas em que ele transpira mais.

Além disso, a diminuição natural das funções do hipotálamo, parte do sistema nervoso que regula a temperatura do corpo, faz com que o idoso sinta menos sede, o que exige uma rotina de tomar água em intervalos regulares, independente da sensação de necessidade.

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