Segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), a Polícia Civil de São Paulo começou 2024 com déficit de 17.131 profissionais. Dos 41.912 cargos previstos, apenas 24.718 estão ocupados. De acordo com o Sindpesp, em dezembro de 2023, do total de 3.463 cargos para delegados de Polícia no estado de São Paulo, 2.452 estavam ocupados e outros 1.011 vagos.
“Além disso, são 4.049 escrivães a menos de um total de 8.912 cargos previstos. Faltam, também, 4.288 investigadores, quando deveriam ser 11.957 na ativa, assim como acontece com outros cargos”, afirma o Sindicato. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a recomposição e valorização do efetivo policial são prioridades da pasta, que reconhece o atual déficit da Polícia Civil, que se encontra em 34,6%, e está empenhada em implementar uma série de ações para reverter essa situação.
“Neste momento, estão em andamento concursos para preenchimento de mais de 14,7 mil vagas em diversas carreiras, incluindo policiais civis, delegados de polícia, escrivães e investigadores. Essa iniciativa visa fortalecer e revitalizar os quadros, promovendo uma atuação mais eficaz e eficiente no combate à criminalidade”, informou a Polícia Civil do Estado de São Paulo.
A presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, defende a nomeação imediata de todos os aprovados neste certame, incluindo os excedentes. “Esperamos que todos sejam nomeados, inclusive os candidatos excedentes, e numa única chamada, tendo em vista o alto déficit que temos, hoje, na Polícia Civil. Não faz sentido deixar de efetivar todos esses profissionais, ou postergar a nomeação. Estamos com 17,1 mil policiais a menos, que deveriam estar em serviço. É um absurdo”, pontua a delegada.
Jacqueline lembra que a defasagem é altamente prejudicial, sobretudo porque sem a Polícia Civil bem aparelhada, não há investigação, e sem investigação, não há sanção para o crime cometido.
“O quadro reduzido afeta a força de trabalho, compromete o rendimento, sobrecarrega as equipes que estão na ativa, que, por sua vez, sofrem com o estresse e têm a saúde mental abalada. Contratações, portanto, são urgentes e necessárias para aliviar o peso sobre quem está em serviço e, consequentemente, a melhoria da segurança para a população. A ponta é quem mais sofre. Afinal, sem Polícia Civil, não há investigação. Inquéritos podem ficar sem andamento, sem solução”, observa.
Ainda segundo a SSP, a solução desse desafio ocorrerá de forma gradual e está comprometida com o processo de revitalização do efetivo policial. “A SSP permanece atenta às necessidades das polícias, buscando constantemente estratégias e ações que contribuam para a segurança e bem-estar da sociedade”, informou através de nota à imprensa.