Retomado no final do ano passado, o trabalho de remoção das macrófitas (aguapés) que há anos infestam a represa do Salto Grande, em Americana, já conseguiu reduzir em 25% o volume de plantas aquáticas na água do reservatório.
A informação é de Daniel Daibert, gerente de Meio Ambiente da CPFL Renováveis, e foi divulgada ontem, durante mais uma reunião de trabalho promovida na Câmara pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, para discutir alternativas e soluções para a revitalização e recuperação da represa.”De 74 viagens de caminhões de vegetação retiradas (da represa) passamos para 81 por dia. Na última visita ao local, em 3 de maio, pudemos perceber que já se consegue ver o espelho d’água, com a retirada dos aguapés. Até dezembro de 2019, serão 25 mil viagens de remoção das plantas”, disse o gerente da CPFL, responsável pelo reservatório.
Segundo o secretário de Meio Ambiente de Americana, Odair Dias, as discussões sobre a questão da despoluição da represa estão avançando.”Estamos avançando cada vez mais nas ações e alternativas para solucionar a questão da poluição da Represa de Salto Grande. Com a iniciativa do prefeito Omar Najar, Americana está fazendo a sua parte, mas precisamos da união de outros municípios para atingirmos o objetivo comum”, disse Dias.
O promotor de Justiça Ivan Carneiro Castanheiro, do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), disse que o Ministério Público acompanha o caso. “Estamos acompanhando de perto os trabalhos enquanto Ministério Público, participando dos grupos de discussões e contribuindo com soluções viáveis. Americana está caminhando com ações de tratamento de esgoto, a execução de retirada mecânica dos aguapés está sendo executada e esperamos mobilização das outras cidades para a despoluição da represa”, disse ele, segundo comunicado divulgado pela prefeitura.
Chico Sardelli (PV), ex-deputado estadual, participou do encontro. “A retirada dos aguapés é importante, mas é apenas uma das ações para chegarmos ao objetivo maior, que é a despoluição da represa. Americana tem avançado na questão da ampliação de reservatórios, mas é importante cobrarmos as cidades à montante, que não estão cumprindo suas obrigações com relação ao tratamento de esgoto. É uma questão ambiental e de saúde pública também”, disse ele.
O vereador Thiago Martins (PV), que representou a Câmara, também cobrou os municípios vizinhos. “Americana precisa fazer a sua parte, mas não é só americana que irá resolver o problema. Precisamos de forças maiores para cobras ações de outros municípios.”Diversas autoridades e representantes da sociedade civil envolvidos na questão participaram do encontro, como Cetesb, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Consórcio PCJ (das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), Barco Escola, Defesa Civil, entre outros convidados.