A RMC (Região Metropolitana de Campinas) registrou um aumento de 90,5% no número de uniões homoafetivas oficializadas no último ano. Foram 324 casamentos registrados em 2018 e 170 em 2017. No mesmo período, o número de uniões heterossexuais teve uma redução de 2,2%. Campinas (177), Indaiatuba (23) e Americana (22) foram as cidades da região com maior número de uniões entre pessoas do mesmo sexo no período.
Dos 20 municípios da RMC, apenas Holambra não oficializou ao menos uma união. Os dados são da Fundação Seade (Serviço Estadual de Análise de Dados e Estatísticas), com base em informações fornecidas pelos cartórios municipais.
UMA HISTÓRIA
O vendedor Lucas Romagnoli Vezzani, de 29 anos, e o maquiador e promotor Thaylon Aliff Romagnoli Vezzani, de 21, fazem parte desse contingente de casais homossexuais que decidiu oficializar a união. Moradores de Santa Bárbara d’Oeste, eles se casaram em dezembro de 2018. Além do sentimento, os dois também uma motivação política. “Quando nos conhecemos os pais dele moravam aqui e tiveram que voltar para São Paulo por falta de emprego. Ele ficou com a tia por um tempo e resolvemos morar juntos. Alugamos uma casa e começamos a comprar nossas coisas”, afirma Lucas. Mas o período eleitoral trouxe preocupação e apressou a decisão de oficializar a união.
PREVENÇÃO
Lucas conta que as pesquisas mostraram que Jair Bolsonaro devia ser mesmo eleito, e o público LGBT conhecia o pensamento do grupo político do então candidato. Se temia, no caso, um retrocesso em direitos adquiridos. Os gays interessados na união oficial achavam que não seriam respeitados em seus projetos pessoais. “Esse esse direito não podia ser tirado da gente. Assim que acabaram as eleições, com o Bolsonaro eleito, procuramos o cartório e oficializamos em dezembro”.
NO ESTADO
O “casamento” de pessoas do mesmo sexo representa 1,5% do total de uniões em 2018. Desde a sua regulamentação e coleta, de 2013 a 2018, foram celebrados no Estado de São Paulo 14.715 uniões de pessoas do mesmo sexo: 57,7% femininas e 42,3% masculinas. Em relação a idade dos noivos, houve variação em relação a 2017, quando foram registradas idades médias de 33,9 anos para o sexo masculino e 31,3 anos para o feminino. Em 2018, ocorreu aumento tanto entre homens como mulheres, com idades médias de 34,7 e 32,1 anos, respectivamente.
Microrrregião teve 80 ‘casamentos’
Nas cinco cidades que compõem a microrregião, Americana foi a que registrou mais uniões homossexuais orficializadas em 2018. Foram 22. Em seguida, aparecem Sumaré e Hortolândia, com 19 registros. Santa Bárbarta teve onze uniões no período e Nova Odessa outras nove.
Foram 80 uniões regularizadas. Campinas, com quase 1,2 milhão de habitantes, como se esperava teve o maior número de registros. Indaiatuba, com 250 mil moradores, teve 23. Na RMC ainda aparecem Itatiba e Valinhos (11), Jaguariúna (5), Paulínia (4), Vinhedo e Cosmópolis (3), Engenheiro Coelho (2), Artur Nogueria, Monte Mor, Morungaba Pedreira e Sto. A. Posse (1).
WALTER DUARTE