A ação de vândalos tem dificultado o trabalho de remoção das plantas aquáticas (aguapés) da represa do Salto Grande, em Americana. Uma barreira feita de cordas – utilizada pela CPFL Renováveis para confinar o material em um trecho do reservatório para a retirada – já foi cortada quatro vezes. Os locais de corte, de acordo com a empresa, só podem ser acessados com embarcações.
CORDA | Cortada 4 vezes
“Algumas vezes, a ancoragem foi removida e noutras as cordas foram cortadas. Tivemos que refazer isso quatro ou cinco vezes. A pessoa que se dispôs a fazer isso teve que pegar uma embarcação. A gente não entende os motivos”, explica o gerente de meio ambiente da companhia, Daniel Vilas Boas Daibert.
O vandalismo não impede a continuidade do trabalho de remoção, mas o atrasa. “Além do custo, é um retrabalho enorme. Perdemos quase quatro meses de serviço com o último corte”, completa.
O confinamento das plantas em um determinado local garante que sempre haja material disponível para as três frentes de remoção, além de diminuir a faixa de crescimento das plantas (que se alimentam de nitrogênio e fósforo e precisam de espaço para se reproduzir) e concentrar os aguapés para diminuir os transtornos para a população nas praias Azul e dos Namorados.
Sem as cordas, o vento leva os aguapés para trechos já limpos da represa, aumentando a oferta de nutrientes, o que pode representar uma proliferação ainda maior.
AMPLIAÇÃO
Segundo o secretário de Meio Ambiente de Americana, Odair Dias, a CPFL vai dobrar o trabalho de remoção das plantas. “Hoje são retirados cerca de 170 caminhões de material por dia e esse número vai chegar a 350 caminhões. Foram instaladas mais máquinas e o trabalho está sendo feito para fazer o combate”. Após serem retirados, os aguapés passam pelo processo de desidratação e podem ser utilizados como adubo.
Em setembro, a prefeitura informou que o trabalho de limpeza permitiria a liberação do lazer náutico na represa.
Por Walter Duarte