A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram nesta quarta-feira (10) a Operação Corisco Turbo, visando desmantelar uma organização criminosa especializada na importação ilegal de grandes volumes de mercadorias estrangeiras sem o pagamento dos devidos tributos.
A ação coordenada mobilizou cerca de 250 policiais federais e 100 servidores da Receita Federal em uma operação que abrange sete estados brasileiros: São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
Ao todo, foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão, 25 ordens de sequestro de bens imóveis, 42 ordens de sequestro de veículos, além do bloqueio de 280 milhões de reais em contas pertencentes aos alvos da investigação. As medidas foram autorizadas pelo Juízo da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, que também impôs diversas medidas cautelares contra os principais suspeitos, como a proibição de deixar o país, a entrega imediata dos passaportes, restrição de deslocamento para fora do município de residência, além da obrigatoriedade de comparecimento mensal ao Juízo Federal.
Segundo as investigações, a organização criminosa operava de maneira estruturada, com núcleos especializados na negociação e venda de produtos eletrônicos, transporte e armazenamento, criação de empresas fictícias, remessa ilegal de dinheiro ao exterior e receptação dos produtos para revenda no mercado nacional.
As autoridades também identificaram práticas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, realizadas através de doleiros e transferências envolvendo criptomoedas. Estima-se que mais de R$ 1,6 bilhão tenha sido remetido ilegalmente para o exterior, com a entrada clandestina de mais de 500 mil telefones celulares no Brasil nos últimos cinco anos.
Os suspeitos envolvidos enfrentam acusações que incluem falsidade ideológica, descaminho, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. As penas para esses crimes podem chegar a 37 anos de reclusão, de acordo com a legislação brasileira.