A SES-SP (Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) tem alertado a população para o perigo do uso de cerol em pipas, colocando em risco principalmente motoqueiros, ciclistas e pedestres. O artefato, feito de cola e vidro moído, é praticamente invisível a olho nu, mas é perigoso o suficiente para causar ferimentos e cortes profundos, resultando até mesmo em mortes.
As crianças também são expostas ao perigo do cerol, que por vezes estão expostas brincando na rua e podem não perceber a linha, ou ao identificar uma pipa enroscada em rede elétrica, podem tentar se aproximar para retirá-la causando lesões por queimaduras.
O estado de São Paulo registrou, entre janeiro e maio de 2023, 555 atendimentos ambulatoriais por objetos cortantes. No mesmo período deste ano, o número aumentou para 1.326, representando um crescimento de 139%.
Para motoqueiros, quando atingidos pelo cerol, com influência da velocidade do vento e da moto, o ferimento pode ser ainda mais grave e profundo. São inúmeros os riscos, como hemorragia, ao lesionar vasos importantes, insuficiência respiratória aguda, ao lesionar a traqueia e cegueira, quando ocorre o trauma ocular.
Os especialistas alertam também para demais ferimentos nas regiões cervicais e em outros locais do corpo, podendo haver mutilações, amputações, além de lesões vasculares, levando inclusive a óbito.
A linha chilena é tão perigosa quanto o cerol, também utilizado de forma irregular para soltar pipas. O artefato leva em sua composição óxido de alumínio e pó de quartzo, substâncias altamente cortantes. A prática, além de trazer riscos de cortes profundos, pode induzir choques, curto-circuitos e danificar a fiação se entrar em contato com redes elétricas.
Se torna de suma importância ressaltar que o cerol e demais linhas cortantes são proibidas no estado de São Paulo, conforme a Lei 17.201/2019 que proíbe, o uso, a fabricação e a comercialização dos produtos. A lei tem como objetivo proteger a população e evitar acidentes.