O cenário das dinâmicas de trabalho tem mudado nos últimos anos, principalmente em razão da pandemia de Covid-19. De lá pra cá, diversas empresas adequaram o modelo de atuação dos funcionários, e as modalidades home office e híbrida passaram a ser alternativas ao trabalho presencial.
De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no início deste ano, pouco mais de 15 milhões de pessoas ocupadas trabalhavam de casa no final de 2022, correspondentes a 15,6% dos ocupados.
Conversamos com o professor de Recursos Humanos, Kleber Moreira que explicou a diferença entre os modelos de trabalho, como é a rotina de quem trabalha em home office ou no modelo híbrido e falou um pouco sobre as formas de atuação dos empregados, para quem tem dúvidas sobre as modalidades ou pretende migrar de uma para outra.
Segundo o professor, a diferença entre os modelos de trabalho, é que o presencial, é feito nas dependências da organização, ou seja, dentro da empresa; o remoto, é feito de qualquer outro lugar, fora da empresa, inclusive em casa, o famoso home office e o híbrido, é feito alguns dias na empresa e alguns dias fora da empresa.
Entender as vantagens e desafios do presencial, híbrido ou remoto é fundamental para escolher qual o melhor modelo de trabalho, tanto para a empresa quanto para o funcionário. Os três modelos de trabalho têm as suas vantagens e desvantagens. Assim, a escolha irá depender do contexto individual de cada negócio.
“As vantagens, elas estão relacionadas a qualidade de vida do funcionário, na questão de produtividade, maior produtividade que estes funcionários podem, de fato, desempenhar e oferecer para a empresa. Para a empresa, redução de custo, redução de absenteísmo, que são as taxas de rotatividade de empregados e qualidade de vida para os funcionários”, conta Kleber Moreira.
Para escolher o melhor modelo para a empresa, de acordo com o professor de Recursos Humanos, a empresa precisa analisar alguns fatores importantes, como: Quais são as metas que essa empresa tem a nível estratégico; Qual é o tipo de cultura organizacional que essa empresa quer implementar dentro do seu âmbito de negócio; Quais são as expectativas e as necessidades que os funcionários têm. Com base nesse levantamento, ela consegue decidir ou definir qual é o modelo ideal para ela. Não existe um modelo ideal para cada empresa, o que existe, é um modelo de acordo com a sua necessidade e sua particularidade.
O trabalho remoto representa uma grande modernização em relação à jornada. E mesmo que muitas pessoas o vejam como o cenário “perfeito” no que diz respeito à rotina, este formato também apresenta alguns desafios em sua implementação, como por exemplo, para a empresa, a falta de comunicação. Nada como você ter os funcionários próximos de você, como empregador e você conseguir monitorar os resultados de forma imediata. E para o empregado, esse desafio está mais relacionado à questão da sociabilidade e a falta de interação com as pessoas.
Para a empresa manter a conexão com os funcionários no trabalho remoto, apesar de ter os funcionários longe da sua localização, elas precisam de estratégia de proximidade. “Montar reuniões, mesmo que sejam onlines, criar políticas de feedback, criar de repente um tutor dentro da sua própria equipe para criar essa proximidade e não deixar os funcionários totalmente isolados. Então são pequenas estratégias que as empresas possuem, que elas podem ainda sim, estar perto mesmo estando longe”, diz o professor.
Existem algumas habilidades e competências que são importantes para o funcionário trabalhar remotamente que são: capacidade de resolver problemas, organização, autodisciplina e a comunicação clara.
Como evitar o burnout no trabalho remoto?
Alguns aspectos do home office precisam ser considerados quando o assunto é a síndrome de burnout. Apesar de ainda não existirem estudos suficientes que relacionem o trabalho remoto ao desenvolvimento da síndrome de burnout, alguns aspectos do home office precisam ser considerados, a não diferenciação do ambiente doméstico, a falta de convívio e de relacionamento interpessoal e a hiperconectividade.
O professor Kleber Moreira explica que no trabalho precisa ter início, meio e fim, ou seja, para você não entrar numa onda exagerada de estresse e acabar trazendo uma canseira mental desnecessária, é importante você entender e separar isso. “Estou em casa, mas estou em horário de trabalho, saí do meu horário de trabalho, agora é hora de lazer, família, hora de sair um pouco da máquina, do computador. Então isso tudo te ajuda mentalmente falando, te dá sinais mentais para não entrar em um exagero e chegar num burnout”.
Para você decidir a melhor forma que gostaria de trabalhar, o importante é se auto analisar. Fazer o questionamento, será que eu consigo trabalhar remoto ou para mim é importante sair de casa e ir para o meu local de trabalho?