sexta-feira, 22 novembro 2024

Quem quiser diminuir a sua dor ajude os que sofrem

Alguns, em face de qualquer adversidade, dizem: “Deus não existe porque aconteceu algo de ruim comigo!” 

Mas e o Bem que se dá com os outros a todo minuto e que outrora se deu com você? Ou que virá a acontecer-lhe? Os queixosos esquecem-se, por vezes egoisticamente, de que, se estão sofrendo naquele momento e que já tiveram ocasiões várias de felicidade muitos e muitos, neste justo instante, exultam de alegria. Mesmo assim, conforme afirmei em meu livro Sabedoria de Vida (2001), Deus é a Divina Compaixão a esclarecer os pessimistas intransigentes. 

Aliás, não desejamos com esse raciocínio menoscabar as angústias de ninguém que possa estar carpindo uma vida inteira de sofrimentos. Trabalhamos, isso sim, por minorar o calvário desses queridos seres espirituais e humanos, ao apresentar-lhes o supino exemplo do Cristo, que, sendo o Filho Amantíssimo do Pai Celestial, padeceu o martírio de um mundo, até hoje, selvagem, e nele ainda mais fez brilhar Luz, Poder e Autoridade, não para Si próprio, porém para os Seus irmãos e irmãs, reitero. 

Todavia, um gigantesco passo para a realização pessoal é libertarmo-nos do egoísmo exacerbado, que não nos deixa reconhecer no contentamento alheio forte impulso para a sustentação de nossa Alma. 

Aconselhei em Como Vencer o Sofrimento (1990): Quem quiser diminuir a sua dor ajude os que sofrem. 

E em meu artigo “Aplacar a tempestade”, publicado no ano de 2013 em diversos jornais e sites, escrevi: Diante das mais variadas situações, em que a dor, a angústia e o desespero chegam, muitas vezes sem avisar, é imprescindível o gesto solidário das criaturas em prestar socorro espiritual e material ao seu próximo. E, ao lado desse apoio imediato, é preciso alimentar a força da esperança e da Fé Realizante, que movem o ser humano a se manter sob a proteção do Pai Celestial e o estimulam a arregaçar as mangas e concretizar suas mais justas súplicas. 

Bem a propósito estas belas palavras da poetisa norte-americana Emily Dickinson (1830-1886): 

“Se eu puder evitar que um coração se parta, 

“Eu não terei vivido em vão; 

“Se eu puder evitar a agonia duma vida, 

“Ou acalentar uma dor, 

“Ou assistir um desfalecido melro 

“A voltar a seu ninho, 

“Eu não terei vivido em vão”. 

Portanto, é hora de com decisão deixarmos de pôr em Deus a culpa de nossas molecagens, entre elas a de arruinar nossa residência coletiva, enquanto bizantinamente discutimos “quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete”. 

 
Escrito por: José de Paiva Netto | Jornalista, radialista e escritor 

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