sábado, 21 setembro 2024
Diversidade

Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

Data foi criada com o objetivo de conscientizar sobre a importância da inclusão das pessoas com deficiência
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Por Vitória Silva
Foto: Raul Rodrigues / TV TODODIA

Em 21 de setembro, é comemorado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. A data foi escolhida pela proximidade com a primavera e com o dia da árvore para representar o nascimento das reivindicações de cidadania e participação plena em igualdade de condições.

Instituída pela Lei nº 11.133 de 2005, a celebração tem o propósito de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade.

De acordo com dados do eSocial, em janeiro deste ano o país contava com 545.940 mil pessoas com deficiência e reabilitados do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) inseridos no mercado formal de trabalho, sendo que 93% destes trabalhadores estavam em empresas com mais de 100 empregados.

A inclusão de diversos profissionais no mercado de trabalho tem sido cada vez mais importante. Times diversos também agregam muito para o dia a dia da empresa. Essas equipes tendem a ser mais criativas, já que contam com pessoas que trazem diferentes visões de mundo e histórias de vida, contribuindo com novas soluções e ideias.

Secretária escolar, Bárbara Giacobb nasceu com uma condição física que a faz parte do grupo. Em razão de um erro médico, ela sofreu com falta de oxigenação no cérebro na hora do parto.

Bárbara tem hemiparesia, que é a paralisia cerebral de um lado do corpo, causada por lesões da área corticoespinhal (área das células nervosas que levam comandos motores do cérebro para a medula espinhal, ou seja, é a área responsável pelos movimentos dos membros e seus músculos).

Ela afirma que a maior importância da inclusão no trabalho é no meio social.

Quando a gente fala da pessoa com deficiência dentro de uma empresa, nós estamos falando também de acessibilidade para essa pessoa. Existem múltiplas deficiências, então para cada deficiência específica precisa dessa adaptabilidade”, disse Bárbara Giacobb.

O movimento das pessoas com deficiência tem alcançado várias vitórias importantes ao longo das últimas décadas. Essas vitórias refletem um esforço contínuo para garantir que as pessoas com deficiência tenham igualdade de oportunidades e possam participar da sociedade. No entanto, a luta pela inclusão continua e há sempre mais a ser feito para garantir que todas as pessoas com deficiência tenham seus direitos respeitados.

As pessoas com deficiência enfrentam diversos desafios durante a sua vida, para a secretária escolar, o maior desafio está no convívio social.

É muito importante falar sobre a aceitação da pessoa com deficiência, pois para ela ser externa, muita das vezes, precisa ser interna. Então, às vezes, isso é uma questão da própria pessoa com deficiência. O que ajuda muito, é o apoio que recebe para começar esse processo de aceitação, porque é um processo, existe um começo, que é o começo da vida, mas não existe um fim, perdura por todo o tempo. Nós somos seres que estamos mudando o tempo todo. Então quando a gente fala de desafios, a gente fala da convivência e também da aceitação de si mesmo e do outro”, explica Bárbara.

O preconceito ainda existe, porém, com a expansão das redes sociais, ele está mais velado. Hoje em dia, dificilmente, você vê alguém xingando uma pessoa com deficiência ou de alguma forma ferindo a imagem dela. Existem diversas maneiras de as pessoas estarem sendo preconceituosas“, continua ela.

Às vezes, recebo elogios no ponto de ônibus de pessoas me perguntando se sou deficiente, porque nem parece, por eu ser bonita, tirando o fato de eu ser uma pessoa bonita, eu não sou deficiente. As pessoas acham que o deficiente é de tal forma que tem um tal perfil e não é assim. Mas hoje em dia, eu vejo que ele está muito mais camuflado e isso é perigoso, porque a gente sempre fica numa linha tênue de, se estou me comportando da forma correta e às vezes eu nem sei que estou sendo preconceituoso, e por ser tão implícito, não é corrigido. E acaba sendo replicado sem a pessoa perceber”, fala a secretária.

Existem diversas formas de contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência, Bárbara comenta que a maior colaboração que a pessoa que não possui deficiência pode fazer é buscar informação. As redes sociais estão aí, existem muitos influenciadores hoje em dia que são PcDs e que falam do tema com muita propriedade e assertividade. Então é buscar esse nicho de pessoas que estão envolvidas e dar um google, hoje em dia é tão fácil, é só pesquisar ‘qual é a forma de se falar, de me reportar a pessoa’ e é muito mais simples.”

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