domingo, 22 setembro 2024
FALTA DE INCLUSÃO

Pessoas com deficiência ainda sofrem problemas para consumir, aponta Procon

Enquete do órgão revela que PcDs tem problemas para fazer compras tanto no comércio físico como no on-line
Por
Redação
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Uma consulta feita pela Fundação Procon-SP entre consumidores revela que pessoas com deficiência ainda encontram dificuldades para ter seus direitos respeitados no mercado de consumo.

Do total de participantes da consulta, 92% informaram que encontram dificuldades para comprar ou utilizar produtos e serviços em estabelecimentos físicos (47% sempre e 44% às vezes); entre os consumidores que compram de forma on-line, 69% consideram que há dificuldades – 17% sempre e 52% às vezes.

Somente 8% disseram nunca ter enfrentado dificuldades nas compras em lojas físicas; no caso dos que afirmam fazer compras on-line, 31% informaram nunca ter problemas.

O questionário da enquete foi disponibilizado no site e nas redes sociais do Procon-SP de 22 de julho a 20 de agosto e contou com a colaboração da Secretaria de Estado da Pessoa com Deficiência. Um total de 457 consumidores com deficiência responderam.

Boa parte dos respondentes afirmou que a deficiência já o impediu de comprar algum produto ou serviço – este percentual foi de 74% nas lojas físicas e de 67% nas virtuais.

Presencialmente, os consumidores disseram ter encontrado mais dificuldades na hora de comprar em lojas em geral, supermercados, transportes, restaurantes/bares/casas noturnas/lanchonetes e bancos/financeiras.

Já nas compras on-line, todas as categorias de site apresentadas foram apontadas, sendo as três mais mencionadas: loja de variedades, supermercado e estabelecimento de serviços em geral; dentre as dificuldades mais relatadas: site não acessível, fazer cadastro e/ou validar senhas / acessos e saber a data de validade dos produtos.

Comparação com a edição de 2020

Em relação aos resultados obtidos no levantamento feito em 2020, a pesquisa não constata uma melhora no atendimento a esse público, ao contrário. No caso do comércio on-line houve um retrocesso, já que em 2020, 61% dos entrevistados informavam não ter dificuldades para comprar ou acessar serviços, contra 31% dos que responderam que não tiveram nenhuma dificuldade neste último levantamento.

Esta informação pode sugerir uma ampliação do comércio eletrônico, mas, sem a devida correspondência em termos de ferramentas de acessibilidade.

Já os números das lojas físicas apontam uma discreta melhora: antes 6% não tinham dificuldade e, em 2024, o número apontado subiu para 8%.

Dificuldades e setores mais apontados em 2024

Os problemas citados no caso das lojas físicas foram: acesso e circulação no local (barreiras arquitetônicas e obstáculos, falta de sinalização, portas e elevadores inadequados, ausência de banheiro acessível); falta de preparo dos atendentes; dificuldades para ter acesso aos produtos e ofertas; saber o preço e condições de pagamento; com as embalagens; para obter ou preencher documentos e efetuar pagamentos.

No comércio on-line, as principais dificuldades apontadas foram: site não acessível; dificuldade com cadastro ou senha; saber a data de validade; encontrar os produtos; saber o preço e condições de pagamento; realizar pagamentos.

No caso das compras presenciais, os cinco setores mais apontados pelos entrevistados foram: loja em geral; supermercado; transporte; restaurante/bar/casa noturna/lanchonete; e banco/financeira. Já os segmentos indicados pelos consumidores que disseram ter dificuldades nas compras online foram: loja de variedades; supermercado; estabelecimento de serviços em geral; serviço público; farmácia/drogaria; e banco.

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