domingo, 28 abril 2024

Seguro-desemprego tem alta de 58,5% na região

O número de pedidos de seguro-desemprego na região teve um crescimento de 58,5% em junho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram protolados 5.627 pedidos ante 3.551 requerimentos em junho de 2019. 

Os dados foram obtidos junto ao Ministério da Economia e se referem a Americana, Hortolândia, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré. 

O maior aumento percentual foi verificado em Nova Odessa, com o número de pedidos saltando de 313 em junho de 2019 para 652 em junho deste ano, um aumento de 108,3%. 

Na sequência estão Americana, com aumento de 72,9% (de 1.083 para 1.873); Santa Bárbara d’Oeste, com 61,4% (de 671 para 1.083); Sumaré, com 41,48% (de 846 para 1.197). e Hortolândia, de 28,8% (de 638 pedidos para 822). 

Para a economista Eliane Rosandisk, extensionista do Observatório da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), esse aumento dos pedidos está relacionado ao ajuste das empresas. 

Para o professor do IBE (Institute Business Education) conveniada FGV (Fundação Getúlio Vargas) João Marcos Borges dos Santos, mestrando em Gestão para Competitividade, Finanças e Controladoria, ocorre uma relação direta entre os saques do seguro com a pandemia. 

“Em alguns setores, o nível de desemprego aumentou. Com isso, as pessoas foram dispensadas porque as empresas tiveram que fazer desligamentos ao não suportarem a paralisação vinda com a Covid”, avaliou o professor. 

Segundo a economista, existe uma expectativa que, com o retorno gradual das atividades, também aconteça uma retomada das contratações, “já que as demissões devem ter atingido os empregados com mais facilidade de serem contratados”. 

“Em maio do ano passado teve mais desligamentos do que em maio de 2020, porém, como o mercado estava aquecido, havia mais contratações também. No ano passado, o saldo de emprego nos cinco municípios foi positivo”, lembrou Eliane. 

“Como nesse ano a situação se agravou, o resultado é a ampliação dos pedidos de seguro-desemprego. Ou seja, ano passado cerca de 47% dos desligados pediram o seguro. Agora, cerca de 61% dos desligados estão entrando com o pedido”, informou Eliane. 

COMÉRCIO E SERVIÇOS, OS SETORES MAIS AFETADOS 

Os setores mais afetados com os desligamentos foram comércio e serviços. Segundo o professor do IBE/FGV João Marcos Borges dos Santos, o varejo representado pelos itens de menor utilidade, como vestuário, brinquedos e utensílios domésticos, foram impactados. 

Com o agravamento da crise, ocorreu o fechamento dos shoppings e comércios de ruas. O setor de aviação também viu o número de passageiros despencar por causa da quarentena e pelo cancelamento de voos do Brasil para outros países. 

O professor do IBE também enumera reflexos negativos no setor de turismo de negócios e recreativo e hotelaria da região. 

O segmento de alimentação, como restaurantes e bares, também foi fortemente impactado. 

Já os supermercados e distribuidoras não sofreram tanto com a queda do movimento. “A indústria de alimentação está passando por bom momento, porque houve migração de consumidores de bares e restaurantes para suas casas”, explicou o professor. 

Transporte de passageiros e cargas relacionado a consumo de supérfluos também teve o faturamento reduzido e ocorreu dispensa de funcionários.  

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