Estudantes universitários da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, que participaram dos Jogos Jurídicos que aconteceu em Americana no último final de semana, estão sendo acusados de racismo contra alunos da USP (Universidade de São Paulo).
Durante uma partida de handebol, no último sábado (16), os termos “cotistas” e “pobres” foram usados pelos estudante da PUC-SP, além de gestos obscenos, para se referirem a participantes da universidade pública. Vídeos gravados por participantes do evento, que se espalharam pelas redes sociais, mostram o momento do ocorrido.
Os Jogos Jurídicos Estaduais de São Paulo reúnem instituições de ensino de todo o estado.
A página oficial dos Jogos Jurídicos publicou uma nota repudiando os atos dos alunos. “Tais atitudes são inaceitáveis e vão contra os princípios de respeito, igualdade e dignidade que defendemos e promovemos. Ressaltamos que o racismo, em qualquer forma, é um crime e uma violação dos direitos humanos””, traz a nota.
Como medida diante da situação, foi decidido que a PUC-SP não poderia contar com sua torcida no último dia de competições, no domingo. O evento seguiu sua programação de competições.
A PUC-SP também emitiu uma nota repudiando os atos e afirmando que “A Reitoria determinou à Faculdade de Direito a apuração dos fatos, com o rigor necessário, a partir das normas universitárias e legais, promovendo a responsabilização e conscientização dos envolvidos.”.
As Diretorias das Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP e os Centros Acadêmicos XI de Agosto e 22 de Agosto das duas instituições também emitiram em conjunto um comunicado que, entre outras coisas, ressalta que “Festas e jogos universitários devem ser momentos de integração, congraçamento e solidariedade, não de ódio, violência e intolerância, como não raramente se vê. A luta pela superação de uma cultura de violência nesses espaços depende do engajamento de todos e todas.
Além da responsabilização dos envolvidos, é indispensável avançarmos na direção de políticas preventivas e de acolhimento.”
Em contato da equipe de reportagem com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de SP, foi confirmado que a Polícia Civil, até o momento, não localizou registro da ocorrência. A SSP ainda esclareceu que “a autoridade policial, ciente dos fatos, analisa as imagens para identificar os envolvidos e está à disposição para o registro da ocorrência, bem como para apurar qualquer informação que possa ajudar nas investigações”.