O ano de 2024 foi o mais quente da série histórica, excedendo em 1,5°C os níveis pré-industriais para a temperatura média global anual, segundo o relatório de Destaques Climáticos Globais Copernicus 2024, publicado nesta sexta-feira (10). Além disso, o ano passado também foi o mais quente em todas as regiões continentais, incluindo a Europa.
“Às vezes, a gente pensa que apenas um 1,5°C é muito pouco para notarmos, mas é exponencial. Um grau na temperatura aumenta a quantidade de vapor para o ar se tornar saturado “ afirma Ana de Ávila, pesquisadora do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura).
Segundo dados do Cepagri, em 2024, Americana registrou temperaturas recordes de 36,5°C. Em Piracicaba, a temperatura máxima chegou a 36,1°C em novembro de 2023 e, em outubro de 2024, alcançou 36,5°C. Campinas também teve médias elevadas, com temperaturas em torno de 30,6°C, segundo levantamento do IAC (Instituto Agrônomico de Campinas).
Ana de Ávila comenta: “a temperatura impacta diretamente nos eventos extremos e formação de tempestades (desastres ambientais ). Em situações de maior temperatura no ar, há a possibilidade de reter mais umidade. É uma relação exponencial “
O Brasil registrou aumento de 5,7% nos alertas de desastres naturais em 2024, segundo dados do Cenadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Em uma breve retrospectiva dos impactos das mudanças climáticas, pode-se citar as inundações que aconteceram no Rio Grande do Sul, entre os meses de abril e maio, além da seca na Amazônia. As mudanças climáticas afetam diretamente o cotidiano dos brasileiros.