quarta-feira, 15 janeiro 2025
EMERGÊNICAS CLIMÁTICAS

A chegada do fenômeno La Niña em 2025

O que influenciou o clima do ano anterior, que registrou calor excessivo?
Por
Nicoly Maia

O Brasil passou pelo ano mais quente desde 1961, segundo dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Em 2024, foi detectada uma temperatura média de 25,02°C. O ano de 2023 também consistiu no segundo mais quente já registrado, atingindo temperaturas de 24,92°C. A presença do fenômeno El Niño colaborou com o aumento das temperaturas.

“A temperatura subiu demais no último ano, muita chuva forte, isso prejudica muito as verduras”, diz Ronival Pimenta, agricultor de Americana, que trabalha na horta há mais de 25 anos. O calor foi extremo na região, como em Piracicaba, que teve a maior média anual de temperaturas desde 1917, segundo dados da USP (Universidade de São Paulo).

Ana de Ávila, pesquisadora do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), explica uma das causas para o calor enfrentado no último ano: “além do aumento das temperaturas devido ao aquecimento global, o El Niño é um fator adicional para termos mais calor na atmosfera em 2023 e 2024”.

Nos últimos dois anos, o Brasil sofreu influência do El Niño. Os ventos alísios se enfraquecem e a água quente é empurrada de volta para o leste. Na prática, o fenômeno provoca um período maior de estiagem no Norte e no Nordeste, mas na região Sul é notória a presença de mais chuvas. No Centro-Oeste e no Sudeste, há a elevação das temperaturas.

Entretanto o fenômeno não está mais presente, dando espaço para a La Niña. Em resumo, ambos têm o poder de impactar o clima devido à mudança de temperatura dos oceanos. A chegada da La Niña pode resultar em volumes de chuva na região Norte e na região Nordeste do país. Na região Sul, há um período de seca. Centro-Oeste e Sudeste têm expectativas de aumento de chuvas, mas de forma irregular.

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