As mudanças climáticas prejudicam o equilíbrio no abastecimento, pois nem sempre as chuvas são suficientes para o período de estiagem. O desperdício que ainda ocorre com a lavagem de calçadas e os banhos demorados, por exemplo, colaboram para agravar a situação.
De acordo com os Comitês das Bacias PCJ, que abrangem 76 municípios, e têm a função de promover a gestão de recursos hídricos, mesmo diante do período de chuvas, o nível dos reservatórios está longe do ideal. Hoje, os reservatórios do Sistema Cantareira operam com 50% da capacidade.
Denis Herisson Silva, secretário-executivo dos Comitês, explica que, para garantir tranquilidade durante o período de estiagem, previsto para começar em abril, o ideal seria alcançar níveis entre 70% e 80%.
“Se a gente não faz uma mudança de comportamento e na forma de usar a água, a tendência é que a haja um período de estiagem mais intenso. Os municípios também têm a sua responsabilidade com o combate às perdas e o gerenciamento da água de forma responsável. Assim como cada um de nós tem a sua responsabilidade inerente ao uso”, diz Denis.
Eleições
Em breve, os Comitês PCJ passarão por renovação. As eleições contarão com 38 entidades participantes, entre usuários e entidades representativas de usuários de recursos hídricos e organizações civis.
O prazo para a inscrição das chapas vai até 27 de janeiro. A organização do processo está a cargo da Coordenação de Apoio ao Sistema de Gestão de Recursos Hídricos da Agência das Bacias PCJ, que dá suporte à Secretaria Executiva dos Comitês PCJ.
“O gerenciamento dos recursos hídricos deve ser feito de forma transparente, descentralizada e participativa. Por isso, o nosso comitê é conhecido como o parlamento das águas. As eleições ocorrem a cada dois anos.
Câmaras técnicas
O secretário-executivo adianta que, em maio, ocorrem as inscrições para as câmaras técnicas. Qualquer entidade do segmento pode acompanhar o trâmite, independentemente da participação no Consórcio.
“Nas Câmaras, ocorrem as grandes ideias, que se materializam e passam para essa grande reunião plenária. Como está na base, essa participação pública se torna rica e ajuda na divulgação das propostas. Fazemos o convite para que as entidades façam parte das Câmaras Técnicas e venham trabalhar na gestão de recursos hídricos junto com a gente”, enfatiza Denis.
