quinta-feira, 30 janeiro 2025
Crime bárbaro

Corpo encontrado em cemitério de Sumaré é de empresário desaparecido em Hortolândia; duas pessoas são presas

Polícia procura o terceiro suspeito pelo crime, a líder espiritual Tuta, que está foragida
Por
Renato Pereira e Vladimir Catarino
O empresário estava desaparecido desde o dia 12 de janeiro| Divulgação

O corpo encontrado no cemitério de Sumaré, no último dia 18 de janeiro, foi identificado como sendo do empresário Davi Aires Costa, de 63 anos, morador de Hortolândia. A identidade da vítima foi divulgada nesta quinta-feira (30) pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Duas pessoas foram presas pelo crime e uma está foragida.

Segundo a Polícia Civil, a identificação do empresário e as prisões foram possíveis a partir da análise de dados telefônicos e financeiros.

Foi colhida amostra de DNA de familiares para identificar Davi| Foto: Divulgação

Um dos suspeitos, um torneiro mecânico, ex-funcionário da vítima conhecido como Funcho, foi preso em Sumaré. A outra suspeita presa, uma recepcionista de 22 anos, foi encontrada em Vinhedo.

A terceira suspeita, uma transsexual de 26 anos conhecida como Tuta, está foragida. Ela é apontada pela DIG como mentora intelectual do crime.

De acordo com as investigações, Fucho era amigo pessoal de Davi. No dia do crime, o suspeito convidou o empresário para acompanhá-lo em um ritual religioso. Após realizarem oferendas, Funcho e Davi buscaram a recepcionista e seguiram para o Cemitério da Saudade, em Sumaré, para um segundo ritual.

Chegando ao local, a vítima foi rendida e forçada a fornecer senhas bancárias, além de transferir dinheiro para a conta de Fucho e entregar seus pertences. Em seguida, o ex-funcionário estrangulou Davi com um “mata leão” e, com ajuda da outra suspeita, empalou a vítima ainda viva com um cabo de vassoura. Por fim, deu dois tiros na cabeça do empresário, abandonando o corpo no local.

No dia seguinte, uma nova transferência bancária esvaziou a conta da vítima. Os valores foram imediatamente repassados para Tuta, apontada como destinatária final dos valor roubados do empresário.

Itens pessoais de Davi, como o celular, foram queimados pelo grupo em um outro local.

Mentora do crime está foragida

A líder espiritual Tuta é apontada como mentora do crime e está foragida| Foto: Divulgação

De acordo com a DIG, as investigações mostraram que a líder espiritual, identificada como Tuta, utilizava a religião para coagir e amedrontar seguidores e com isso ter vantagens financeiras. Funcho, por sua vez, afirmou que ele e a família eram ameaçados pela líder espiritual, que o forçou a cometer o homicídio.

Davi foi empalado com um cabo de vassoura antes de levar dois tiros na cabeça| Foto: Divulgação

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão nas cidades de Sumaré, Hortolândia, Campinas e Vinhedo. Durante o cumprimento dos mandados, Fucho, autor dos disparos de arma de fogo na vítima, foi detido na casa pai e confessou participação no crime, detalhando o envolvimento de outros dois investigados.

Empresário estava desaparecido desde o dia 12 janeiro

Uma semana antes da localização do corpo do empresário, o filho da vítima havia registrado um boletim de desaparecimento. Quando encontrado, o corpo já estava em estado avançado de decomposição, com sinais de abuso sexual.

No boletim do desaparecimento, o filho de Davi informou que o pai era proprietário de uma pequena empresa no ramo de usinagem e que, após pesquisa remota de movimentações pelo celular, constatou que a vítima havia solicitado um aumento no limite de saque do banco digital, para o valor de R$ 10 mil.

Para a identificação, amostras de DNA foram coletadas de familiares da vítimas, no entanto a identificação foi feita antes mesmo da liberação dos resultados.

Os suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe e emboscada.

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