A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou, nesta quinta-feira (6), a primeira morte por febre amarela na cidade neste ano. O paciente, um homem de 39 anos que morava na área rural do distrito de Sousas, não havia sido vacinado contra a doença. A morte ocorreu em 3 de fevereiro e a causa confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
Os primeiros sintomas surgiram em 21 de janeiro, mas o paciente buscou atendimento no Hospital Walter Ferrari, em Jaguariúna, somente no dia 28, já apresentando sinais hemorrágicos e insuficiência renal.
O último caso humano da doença registrado em Campinas foi em 2017, quando um morador da zona rural de Sousas contraiu o vírus, mas se recuperou. Já a febre amarela urbana não é registrada no Brasil desde 1942.
A doença, na forma silvestre, é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, comuns em áreas florestais. Os sintomas incluem febre súbita, calafrios, dor de cabeça, náuseas e, nos casos mais graves, hemorragias no fígado, cérebro e rins, podendo levar à morte.
Vacinação intensificada após morte e novos casos em macacos
Desde 20 de janeiro, quando um macaco morto no bairro Carlos Gomes testou positivo para a doença, a Secretaria de Saúde de Campinas tem reforçado a vacinação em regiões de risco. A confirmação do vírus no primata ocorreu em 28 de janeiro, marcando o primeiro caso positivo em animais desde 2019. Embora não transmitam a doença, os macacos funcionam como sentinelas da circulação do vírus na natureza.
No distrito de Sousas, onde morava a vítima, equipes da Saúde realizaram busca ativa para vacinação em um raio de um quilômetro ao redor da residência. A ampliação da imunização foi estendida para outras áreas rurais e periurbanas, abrangendo pelo menos 40 bairros. Além disso, 26 Centros de Saúde (CSs) estão atuando com vacinação domiciliar em regiões de maior risco.
A recomendação é que todos os moradores de Campinas, a partir dos 9 meses de idade, recebam a vacina, caso ainda não tenham sido imunizados. Para pessoas com mais de 5 anos, apenas uma dose ao longo da vida é suficiente. Quem não tiver certeza sobre a imunização deve procurar um Centro de Saúde para verificação.