Mantida na fase vermelha (fase 1) do Plano São Paulo por pelo menos mais duas semanas (até a próxima avaliação, dia 24 de julho), a região se esforça para intensificar a fiscalização das medidas de proteção ao coronavírus. O tom de prefeituras é de aumentar o rigor e tentar evitar ou diminuir o número de pessoas nas ruas sem máscaras e de irregularidades no comércio. Na fase vermelha, podem funcionar apenas os serviços essenciais.
Em uma semana, a região teve mais 51 mortes (média de sete por dia) e 842 casos (média diária de 120), indo de 2.985 infectados e 149 mortes para 3.827 infectados e 200 mortes.
A Prefeitura de Americana, por exemplo, mudou o tom. Na semana passada, quando o governo anunciou que a região voltaria à fase vermelha, a administração criticou o Estado em nota: “será seguido por obrigação legal, mas é preciso destacar o descontentamento da administração, uma vez que a situação da nossa cidade destoa das vizinhas”.
Na sexta-feira retrasada (3), Americana registrou o recorde de número de casos em 24 horas, 163, e, em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado lamentou o que considerou resistência da cidade em relação ao isolamento.
Em seguida, a prefeitura informou que iria aumentar as fiscalizações, principalmente em locais de grande aglomeração e em estabelecimentos comerciais, e que começaria a multar pessoas sem máscaras. Também fechou parceria com a PM (Polícia Militar) para apoiar as fiscalizações.
Nesta sexta-feira (10), a administração disse que “seguirá atuando conforme as decisões do governo estadual, seguindo suas recomendações e agindo com a fiscalização para que se faça cumpri-las”. A nota ainda destaca a necessidade de uma quarentena mais restritiva neste momento.
“Em benefício da saúde pública, a prefeitura sempre irá pautar suas atribuições de acordo com as ações e ou decisões que venham salvaguardar a saúde da população, portanto, nesse contexto, a avaliação é de que tal medida se justifique mediante o aspecto epidemiológico observado pelo Estado em todas as suas regiões”.
A Prefeitura de Nova Odessa decidiu também intensificar as fiscalizações. O prefeito Bill Souza (PSDB) gravou vídeo no qual manda o recado. “Vamos intensificar a fiscalização em praças e contra aqueles que insistem em não usar máscara, algo inaceitável diante da pandemia”.
Bill lembra ainda que o número de casos aumentou em toda a região, apesar de todos os esforços e medidas de proteção. “A pandemia avança a cada dia no interior, por isso preciso do seu apoio, faço mais um apelo. Use a máscara, fique em casa, lave as mãos com água e sabão, e use álcool em gel, se tiver sintomas procure a unidade respiratória. Nos ajude nessa guerra, a preservar a vida de quem você tanto ama e a sua também”.
Em Sumaré, a prefeitura anunciou na quinta (9) que o Comitê Municipal de Proteção e Enfrentamento ao Coronavírus intensificou a fiscalização em áreas comerciais em todos os bairros da cidade.
A Prefeitura de Hortolândia disse que segue o Estado e que orienta diariamente com equipes durante todo o dia, entregando máscaras e “dispersando aglomerações e orientando a população, os comerciantes e empresários a adotarem medidas sanitárias de higiene”.
Santa Bárbara d’Oeste disse em nota que o município tem a obrigação de seguir as determinações do Estado e que segue com ações de fiscalização e orientação para o enfrentamento ao coronavírus.
Já na semana passada, o prefeito Denis Andia (PV) citou o relaxamento das medidas de proteção como motivo da regressão para a fase vermelha.
POR RETORNO, ASSOCIAÇÕES PEDEM OBEDIÊNCIA
As associações comerciais seguiram o tom. Wagner Armbruster, presidente da Acia (Associação Comercial e Industrial de Americana), disse que o anseio dos comerciantes é voltar à vida normal, mas que a associação percebe e está consciente que devem imperar os cuidados com a saúde.
“A Acia orienta a seguirmos as determinações do governo para estabelecermos o mais rápido possível nossa realidade mais flexível”.
João Batista de Paula Rodrigues, presidente da Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste), disse que havia uma esperança de retorno à fase laranja após o governo do Estado garantir o hospital de campanha do Ibirapuera, na Capital, para pacientes da região.
“Infelizmente ainda não foi possível abaixar o índice. Vamos orientar todos a trabalhar mais o delivery e o drive thru para amenizar um pouco a situação. Vamos nos empenhar, orientar o pessoal a fazer isolamento, para conseguir voltar logo. Está difícil, é muito tempo parado”.
A Acino (Associação Comercial e Industrial de Nova Odessa) invocou a população. “Entendemos que a população precisa ajudar a fazer a diferença. O comerciante não vê a hora que isso passe, já estamos indo pro final do ano. Se não ocorrer mudança, vai chegar dezembro e vamos continuar proibidos de abrir”, disse o presidente Samuel Teixeira.
A Acias (Associação Comercial e Industrial de Sumaré) diz que aguarda posicionamento da prefeitura sobre uma reabertura na cidade, como se estivesse na fase laranja.
“Sobre a permanência na fase vermelha, a entidade lamenta que a cidade não tenha conseguido avançar para a fase laranja. Até lá, seguirá orientando os comerciantes sobre o cumprimento das regras determinadas pelas autoridades”.