Os gastos das Câmaras das cinco cidades da região aumentaram em um ano. A informação consta em levantamento do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) divulgado quarta-feira (26).
De maio de 2018 a abril de 2019 para maio de 2019 a abril de 2020, todas as Câmaras da região tiveram aumento de gastos no total (sem contar despesas de capital).
Americana foi de gasto per capita de R$ 95,75 para R$ 97,97 e de gasto total foi de R$ 22,7 milhões para R$ 23,4 milhões. Hortolândia subiu de R$ 117,87 para R$ 119,01 e de R$ 26,7 milhões para R$ 27,4 milhões.
Nova Odessa teve um gasto per capita de R$ 78,26 e foi para R$ 84,20. Os gastos totais eram de R$ 4,6 milhões e foram para R$ 5 milhões. Em Santa Bárbara d’Oeste, esses valores subiram de R$ 71,91 para R$ 75,17 e de R$ 13,8 milhões para R$ 14,5 milhões.
Sumaré teve os dois maiores aumentos nas duas categorias. Nos gastos per capita foi de R$ 61,08 para R$ 70,05 e nos gastos totais de R$ 17 milhões para R$ 19,7 milhões.
Em Americana, o presidente da Câmara, Luiz da Rodaben (PP), afirmou que o aumento do valor total da despesa da Câmara de Americana foi de 3,39%, abaixo da receita (8,11%) e o segundo menor da região.
“A despesa com pessoal caiu para 2,28% em relação à receita. O aumento da despesa per capita ficou abaixo da inflação e foi o segundo menor da região”, disse.
Rodaben aponta redução tanto na despesa per capita quanto na despesa total. “Em 2019 o gasto per capita em relação a 2018 aumentou 3,15% ante uma inflação de 4,31% E a despesa total da Câmara em 2019 subiu 4,24% em relação a 2018, ainda assim abaixo da inflação de 4,31%”, diz.
A assessoria da Câmara de Hortolândia informou que por conta do expediente durante a pandemia, das 9h às 15h, não seria possível responder aos questionamentos da reportagem, pois eram necessários “dados precisos que apenas funcionários de carreira têm acesso”.
A assessoria informou que a Casa se posicionará sobre o assunto na segunda-feira. A reportagem não conseguiu contato com o presidente da Câmara, Valdecir Alves Pereira, o Nego (PSD).
O presidente da Câmara de Nova Odessa, Vagner Barilon (PSDB), citou ações que a Casa vem colocando em ação, lembrando que não houve reajuste nos subsídios dos vereadores nos últimos dois mandatos.
Com a pandemia, diz, foram cortados investimentos para devolver dinheiro à prefeitura. “Zeramos as horas extras, fizemos teletrabalho, revezamento de funcionários. Caíram de 1.800 para 600 os gastos mensais com eletricidade”. Barilon aponta que o quadro de funcionários é enxuto, mas frisa que “não tem perda técnica, é foco na eficiência”.
O presidente da Câmara de Santa Bárbara, Felipe Sanches (PDT), também listou medidas que vem adotando em busca de economia.
“A austeridade em relação à aplicação de recursos públicos é uma preocupação constante nesta gestão. A redução nos gastos envolve, primeiramente, a ampla reforma administrativa promovida no ano passado, com a supressão de funções de confiança e a limitação de incorporações salariais”, disse.
Ele citou a redução das contas de energia após a instalação, em 2018, do sistema de geração de energia fotovoltaica, e a adoção de impressoras compartilhadas nos corredores ao invés de um aparelho em cada gabinete. “Há apenas um assessor parlamentar por gabinete e na pandemia, tomamos medidas ainda mais restritivas”.
O presidente da Câmara de Sumaré, Willian Souza (PT), comemorou ter o menor gasto per capita da região.
“Trabalhamos com um orçamento responsável, transparente e buscando reduzir custos onde era possível”, disse, citando medidas como a devolução de veículos alugados, corte nos combustíveis, telefonia fixa e móvel e insumos, além da reestruturação do quadro de funcionários.
Sobre Sumaré liderar na região o ranking de aumento de despesas nos últimos anos, ele cita deficit de servidores. “Chamamos mais de 20. Esse aumento representa impacto no gasto com pessoal, mas um ganho no médio prazo porque diminui custos com a contratação de empresas”, justificou.