Nestes 143 anos de Americana, uma das conquistas recentes é, certamente, a retomada da capacidade de investimento do DAE (Departamento de Água e Esgoto). Sob o olhar atento do prefeito Omar Najar, a autarquia desponta com novos projetos, entre eles a construção da primeira captação da cidade, as obras da ETE Balsa, a troca – após mais de 20 anos – da rede de água, entre outras importantes ações.
“Conseguimos com que o DAE saísse da inércia e começasse a caminhar de novo”, afirma o diretor geral da autarquia, Carlos Cesar Gimenez Zappia. “E podemos nos considerar bastante felizes neste momento. O DAE está feliz e a cidade está feliz”, continua.
Entre os importantes projetos que estão sendo desenvolvidos, a troca da rede de água é uma das ações que impactará diretamente na vida dos moradores. “As últimas trocas de rede aconteceram em 1998. São cerca de 500 quilômetros de rede que precisam ser trocados, o que representa de 55% a 60% da rede da cidade”, explicou.
Um trabalho dessa magnitude, é claro, não é feito do dia para a noite. Mas o primeiro passo, destaca o diretor, foi dado.
Segundo ele, a rede atual da cidade é muito antiga e, por ser feita de materiais como ferro e fibrocimento, apresenta graves problemas. “Em alguns pontos da rede, o ferro está tão enferrujado que não passa mais que um fio de cabelo de água. Isso reflete na casa do morador, que não tem o abastecimento como deveria”, relata.
A nova rede é feita de PAD (polietileno de alta densidade), que tem resistência e durabilidade de 100 anos.
“É um trabalho muito gradativo, porque ficou muito tempo parado. Já trocamos, de uma vez só, a rede do bairro Santa Catarina e também de outros pontos. Ao todo, esse ano, devemos passar dos 20km de rede trocada”, afirmou.
A região do São Vito – que sofre com falta de pressão na rede – e outros bairros da cidade serão contemplados no ano que vem, garante o diretor. “É um trabalho que iniciamos e que, agora, não será mais interrompido.”
PLANEJANDO O FUTURO
E se é para melhorar os serviços, os investimentos são essenciais. O DAE e a Prefeitura têm realizado importantes obras que vão melhorar a qualidade do abastecimento e saneamento na cidade. Apenas de recursos próprios, são cerca de R$ 48 milhões a serem investidos nos próximos anos.
Entre as obras de destaque está a construção da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) do Jardim da Balsa, que deve ser entregue entre o final de 2019 e começo de 2020. Além de ampliar a capacidade de tratamento de esgoto, a obra – que receberá cerca de R$ 32 milhões de investimentos entre recursos próprios e PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal – é fundamental para solucionar a contaminação que existe na Gruta Dainese. “Essa Administração está possibilitando que Americana volte a ser referência em saneamento”, disse Zappia.
Outros R$ 72 milhões, também de recursos próprios e do PAC, serão investidos na ETE Carioba, que será reformada e ampliada. “Estas obras atenderão a população atual, mas também suprirão as necessidades com o crescimento da cidade. A previsão é que elas suportem um crescimento populacional para mais dez anos. Estamos pensando lá na frente”, diz o diretor.
Chega de vazamentos
Além de aumentar a pressão da água, a troca da rede impacta diretamente na redução dos números de vazamentos, já que, com a nova tecnologia dos canos, cai o índice de danos à rede. Paralelamente, o DAE, junto da Prefeitura, ampliou as equipes de trabalho para tornar mais rápido e eficaz o serviço.
A autarquia também lançou um aplicativo que permite ao munícipe enviar uma foto ou vídeo do local em que há vazamento, o que agiliza a detecção do tipo de problema e, consequentemente, o prazo para reparo. “Tínhamos uma média de atrasos superior a 60 dias. Hoje, em até 10 dias o serviço é feito e acredito que até o final de setembro conseguiremos resolver os chamados em até 48 horas”, afirmou Zappia.
Ele destaca, no entanto, que o uso dos canais corretos para informar sobre possíveis problemas é fundamental. “Infelizmente temos casos de pessoas que constatam um vazamento, mas não acionam o DAE. Aí, atrasa mesmo o serviço”, disse.
Zappia ressalta que o morador é o olhar do DAE sobre a cidade. “Para nós é importantíssimo esse contato. Isso ajuda a gente a detectar problemas, resolvê-los e oferecer um serviço de melhor qualidade”, disse.
Além do aplicativo, o DAE também reestruturou as equipes de serviço, que passaram de cinco para sete. “Com a ampliação das equipes, estamos conseguindo atender as demandas diárias e também as em atraso”, explicou.
Captação: uma obra inédita
E dá para acreditar que a cidade que comemora amanhã 143 anos ainda não tinha uma estação de captação adequada? Esta realidade está sendo transformada com a construção da primeira estação de captação, uma obra suntuosa e de grande importância.
“Atualmente, temos uma tomada de água, que é quando se pega a água direto do Rio. Estamos construindo uma captação com 13 metros de profundidade e 30 metros de comprimento, que vai receber a água do rio que, então, será captada”, disse.
Além de moderna, a obra – que receberá investimentos de R$ 12 milhões e deve ser entregue no início de 2019 – vai gerar economia, já que a bomba de captação trabalhará no nível da água, reduzindo o esforço e, consequentemente, o consumo de energia.
O DAE também está fazendo um barramento no Rio, essencial para os períodos de seca. Segundo Zappia, atualmente existe um “enroncamento”, que é uma obra paliativa. “O barramento é uma obra definitiva”, afirmou, ressaltando que serão investidos cerca de R$ 2,6 milhões no projeto, que deve ser entregue ainda este ano.
“São planos ambiciosos, mas que estamos conseguindo viabilizar para ver nossa cidade cada vez melhor”, finalizou.