Se o leitor do TODODIA alguma vez já se encontrou com o vereador e futuro vice-prefeito de Americana Odir Demarchi (PL), a chance de ter sido chamado por ele de “caboclo” é muito grande. Esse “apelido” é só um dos traços de simpatia que tornam Odir um “monstro” na rua na hora de fazer campanha, no bom sentido, é claro.
Essa naturalidade ao abordar e conversar com as pessoas vem de sua experiência como dono de uma cachaçaria no Morada do Sol e será, segundo ele, a tônica de sua atuação na prefeitura a partir de 1º janeiro. Em suas palavras: “o vice que Americana nunca teve”.
Aos 53 anos, Odir é casado, pai e avô. Ele está em seus últimos dias de mandato como vereador, para o qual foi eleito em 2016 com 1.577 votos. Aquela foi sua primeira disputa eleitoral.
De lá pra cá, sua ascensão política foi notória: foi um dos vereadores mais atuantes da legislatura e conquistou, em 2018, ao concorrer ao cargo de deputado estadual, 13 mil votos, sendo 10 mil só em Americana. Em 2020, era natural que o “boa praça” fosse cobiçado para a disputa da prefeitura.
“A gente tinha um trabalho eficiente na Câmara, isso despertou o interesse dos futuros candidatos a prefeito. Vários partidos que me procuraram, não só o Chico. O que me fez tomar a decisão foi a própria experiência dele. A gente tinha que apostar em uma pessoa com pé no chão, sem fazer loucura”, afirmou Odir.
Dono de 10 mil votos na cidade em 2018 – curiosamente a mesma quantidade de votos que separou Chico da segunda colocada Maria Giovana (PDT) este ano – Odir soube desempenhar o papel de “rua” na campanha.
Até pilotar perua Kombi para levar a equipe e panfletar por horas no semáforo ele abraçou. “Eu sempre fui muito atuante, muito de rua, sinaleiro. Quando juntou o trabalho do Chico com o meu, a população viu a gente como se fosse uma pessoa só e não mais o Chico e o Odir separados”, disse.
Esse “jeitão” enérgico nas ruas, Odir não nega, tem origem em sua profissão. Há mais de 20 anos ele toca uma cachaçaria bastante conhecida na cidade. A forma que atende seus clientes, conta, é a forma com que atende a população.
“A própria lanchonete me deu essa tranquilidade, rua é complicado, a gente não sabe o que vai encontrar. Eu me espelhei muito em um grande amigo meu, já falecido, o Roberto da lanchonete do Bizu. Eu me espelhava em como ele atendia as pessoas. Sempre fui de sentar e conversar com os meus clientes. Na minha trajetória de vida, eu já fiz de tudo, engraxei sapato, catei papelão, nunca tive vergonha do meu trabalho, encarei de cabeça erguida, então, pra andar na rua pedir voto, conversar com as pessoas, foi moleza”, afirmou Odir.
Essa experiência, em alguns dias, será levada para a Prefeitura de Americana, onde Odir promete ser um vice diferente. “Desde o convite, deixei claro que seria o vice que Americana nunca teve. Geralmente o vice não aparece, e eu acho que o vice tem muito o que fazer. Ele é o olho do prefeito na rua, leva para o prefeito a realidade que está acontecendo nos bairros. O Chico me deu essa liberdade, ele está contando com isso. Eu acho que vou ajudar muito nisso”, disse o vice-prefeito eleito.