Levantamento realizado pela Apeoesp (Sindicato dos Professores da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo) mostrou que 41 professores da rede estadual de cinco cidades da região foram infectados pelo novo coronavírus desde o reinício das aulas, em 8 de fevereiro de 2021. Somando estudantes e funcionários de escolas da rede estadual, são 58 infectados nesse período – no qual escolas estão autorizadas a receber alunos de forma presencial até no máximo 35% da capacidade de ocupação. No Estado, o levantamento revelou que, desde o retorno dos professores as escolas, 2.424 profissionais da educação contraíram Covid-19, dos quais 84 morreram.
A pesquisa mostrou ainda que alunos e funcionários também se infectaram. Em Americana, de acordo com o documento da Apeoesp, 14 professores, dois funcionários e dois estudantes contraíram o vírus, além de outros três casos da doença não especificados. Em Nova Odessa, 13 professores contraíram o vírus; em Sumaré, são três professores e três estudantes; em Hortolândia, um professor; em Santa Bárbara d’Oeste houve a morte de um professor e mais quatro casos registrados de Covid-19. Dois estudantes e dois funcionários também se infectaram. Em Paulínia, seis professores se infectaram e houve o registro de mais dois casos não especificados. O levantamento foi feito por telefone pelas subsedes da Apeoesp.
A deputada estadual e presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha (PT), entende que as escolas não estão preparadas para o retorno das aulas presenciais, o que, segundo ela, deveria ocorrer somente com a vacinação de todos os profissionais da educação e com o controle da pandemia. “O Estado determinou a vacinação dos professores acima de 47 anos de idade, mas a maioria tem menos idade”, ressalta.
A Seduc (Secretaria Estadual de Educação) foi questionada sobre o levantamento e informou que a reabertura das escolas está amparada pelos protocolos sanitários definidos pelas autoridades de saúde e para preservar a segurança de professores, servidores e alunos.
“De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Seduc-SP, desde a primeira até a nona semana epidemiológica, a taxa de incidência notificada pelas escolas públicas e privadas foi 33 vezes menor do que a do Estado. Diferente do sindicato, o Governo paulista pauta suas decisões com base em estudos e análises, além da colaboração dos órgãos de saúde, bem como especialistas como pediatras, infectologistas e epidemiologistas que compõem a Comissão Médica da Educação. Desde o ano passado, a Seduc acompanha os registros de casos de Covid-19 no ambiente escolar por meio do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para Covid-19 (Simed)”, informou.
A Pasta também afirma que não há estudos que comprovam a relação entre a abertura das escolas com o aumento de casos de Covid-19, “uma vez que as unidades são ambientes controlados, que recebem no máximo 35% dos alunos por dia, como na fase em que estamos pelo Plano São Paulo, além do uso obrigatório de máscara, álcool em gel, medição de temperatura e distanciamento”, informa em nota.