O governador João Doria (PSDB) apresentou nesta quarta-feira (27) o “Plano São Paulo” para reabertura de setores da economia durante a quarentena de enfrentamento ao coronavírus. A partir da próxima segunda-feira, dia 1º de junho, índices de ocupação hospitalar e de evolução de casos em 17 regiões do Estado vão definir cinco níveis restritivos, por cores, para retomada produtiva segundo critérios médicos e epidemiológicos. De acordo com o mapa apresentado pelo governo, as cidades da região – Americana, Santa Bárbara, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia, que estão dentro da diretoria regional de saúde Campinas – estão enquadradas na fase laranja, que permite a retomada, com restrições, do comércio de rua, shoppings, escritórios, concessionárias e atividades imobiliárias. Os demais serviços não essenciais continuam fechados (veja no mapa).
Com exceção da capital, todos os municípios da Grande São Paulo e também da Baixada Santista e de Registro permanecem na fase vermelha e terão a quarentena mantida por mais 15 dias. Uma cidade só poderá avançar de fase a cada 14 dias, de acordo com reavaliação dos dados.
A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão.
Estado foi dividido por regiões
“Até o dia 31 de maio, a quarentena em São Paulo vai salvar 65 mil vidas. Abrimos sete hospitais de campanha, aumentamos em 60% o número de leitos em hospitais públicos, já temos 600 novos respiradores em operação”, afirmou o Governador. “A fase denominada retomada consciente seguirá a orientação da ciência, com dados técnicos para permitir a gradual e segura retomada”, disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
As normas do Estado autorizam prefeitos de cidades a conduzir e fiscalizar a flexibilização de setores segundo as características dos cenários locais.
Cada cidade só poderá avançar de fase após 14 dias
As cinco fases do programa vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul).
A escala será aplicada a 17 regiões distintas do território paulista, de acordo com a abrangência dos DRSs (Departamentos Regionais de Saúde), que são subordinados à Secretaria de Estado da Saúde.
As fases são determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus e o número de novas internações no mesmo período.
Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa – com restrição menor ou maior – após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis.
Uma região pode ser reavaliada para fases mais restritas se não atender aos critérios (ex. uma região pode passar da Fase 3 para a 1 se tiver uma piora considerável em seus indicadores).
Em todos os 645 municípios, a indústria e a construção civil seguem funcionando normalmente. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações – festas, shows, campeonatos etc – permanece por tempo indeterminado.
Nenhuma das 17 regiões está na zona azul, que prevê a liberação de todas as atividades econômicas segundo protocolos sanitários definidos no Plano São Paulo (https://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/planosp). A zona verde, segunda mais ampla na escala, também não foi alcançada até o momento e permanece como meta de curto prazo para cada região.
Nas demais fases, haverá flexibilização parcial em diferentes escalas de capacidade e horário de atendimento. A etapa laranja, que abrange a capital e outras dez regiões no interior e litoral norte, prevê retomada com restrições a comércio de rua, shoppings, escritórios, concessionárias e atividades imobiliárias. Os demais serviços não essenciais continuam fechados.
Na fase amarela, haverá reabertura total de serviços imobiliários, escritórios e concessionárias segundo protocolos sanitários. Comércio de rua, shoppings e salões de beleza, além de bares, restaurantes e similares poderão funcionar com restrições de horário e fluxo de clientes.
As regiões que chegarem à fase verde poderão atenuar as restrições ao funcionamento de todos os setores da fase amarela. Academias de ginástica e centros de prática esportiva também voltarão a receber frequentadores, desde que respeitados limites de redução de atendimento e as regras sanitárias definidas para o setor.
ISOLAMENTO SOCIAL
O distanciamento social ainda é a principal recomendação para conter a disseminação do coronavírus. Mesmo com a reabertura em São Paulo, há exigência do isolamento social das pessoas de grupos de risco, como maiores de 55 anos, portadores de doenças cardíacas e/ou crônicas e pacientes imunodeprimidos ou em tratamento oncológico.
De acordo com Dimas Covas, que coordena o Centro de Contingência do coronavírus e dirige o Instituto Butantan, a população ainda precisa encarar o isolamento como meta para permitir que os serviços de saúde continuem com capacidade para atender os pacientes com COVID-19 em enfermarias e UTIs.
“Sem medidas de isolamento, nós chegaríamos a algo em torno de 1 milhão de casos no estado de São Paulo. Nós estamos com 84 mil neste momento. Isto mostra quão efetivas foram as medidas de isolamento”, afirmou Dimas Covas. “Com as medidas, foi possível até o momento poupar 65 mil vidas”, concluiu.