Uma investigação iniciada há um ano e meio por policiais da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) da Polícia Civil de Americana aponta que a cidade é parte de uma rota milionária do tráfico internacional de entorpecentes, principalmente de cocaína.
Em entrevista coletiva à Imprensa nesta quinta-feira (10), autoridades da Polícia Civil revelaram, na Delegacia Seccional de Americana, que os trabalhos em conjunto com a PF (Polícia Federal) e até com a FAB (Força Aérea Brasileira) já levaram à apreensão, na segunda fase da operação, de 8 aeronaves (sete aviões de pequeno porte e um helicóptero), avaliadas em R$ 18 milhões, além de mais de 1.300 quilos de cocaína, estimados em R$ 200 milhões. Ao menos duas das oito aeronaves foram apreendidas no Aeroporto Municipal de Americana, segundo o delegado Luís Gazarini, chefe da Dise de Americana.
Segundo a Polícia, o esquema era comandado por um piloto brasileiro, com nacionalidade paraguaia, que alugava um hangar no aeroporto.
Além de Americana, houve apreensões de aviões de pequeno porte ligados ao esquema da organização criminosa nas cidades de Jundiaí e Birigui (a última delas, na terça-feira, dia 8).
PRESO
Segundo o delegado Gazarini, o homem que seria o principal operador da organização está preso desde o final de agosto na cidade de Prado, na Bahia.
Ele foi surpreendido por policiais federais, que cumpriam um mandado da Justiça Federal. O acusado foi preso após a investigação da PF indicar que ele decolou de Americana, em data não revelada, com 458 quilos de cocaína, que acabaram apreendidos junto com a aeronave na cidade de Carauri, no Amazonas.
Segundo a Dise de Americana, outros integrantes da quadrilha também foram presos ao longo das investigações nos Estados de São Paulo e Goiás e que durante os trabalhos foram apreendidos ao menos 1.300 de cocaína, que seriam embarcados para países da Europa e da América Sul. As partidas de entorpecentes alcançariam, segundo a Polícia, valores próximos a R$ 200 milhões no mercado europeu.
Sem revelar os montantes de valores transportados, a Polícia informou que de Americana partiram voos com o dinheiro lavado pela quadrilha de traficantes internacionais.
Nas prisões de integrantes da organização criminosa, ocorridas desde abril de 2018, em várias partes do país, tiveram partições de policiais civis, militares e principalmente, federais, mas até de agentes das Forças Armadas, mais especificamente da Força Aérea, por envolver apreensões de aeronaves, ocorridas até em outros países, como foi um caso ocorrido na Venezuela.
Além das 8 aeronaves apreendidas a partir da investigação da Dise de Americana, há outras que foram apreendidas com os carregamentos de drogas. Segundo o delegado Gazarini, os aviões eram colocados em nomes de terceiros, caracterizando a lavagem de dinheiro, sendo que algumas delas estão em nomes de chamados “laranjas”, em nomes de pessoas que sequer existem.