Se a APAE completa 40 anos, eu tenho a sorte de já ter nascido, há 38 anos, em um lar sem preconceitos. Eu nasci em uma família com dois portadores de síndrome de down. Para o meu processo de aculturação, eles nunca foram especiais. Eles sempre foram normais. Afinal, é normal ser diferente. A Apae de Nova Odessa começou também no meu contexto familiar. O fundador, João Camilotti (in memorian) foi marido da minha prima Inês, pais da Virginia, do Doá e do Dene. João, certamente, iniciou o processo fundação da Apae para assistência do Dene (in memorian). Anos depois viria ao mundo a minha prima Maria Emília e logo depois eu nasci. Sou abençoado de ter tido a vivência com eles desdes os meus primeiros meses de vida. Crescemos todos juntos. Minha família sempre entendeu, acolheu e admirou todas essas histórias de perto. Mais abençoada ainda é a Apae de Nova Odessa. O discurso de abertura do almoço comemorativo da Bodas de Esmeralda foi marcado de por esse tema: as bênçãos e os milagres que todos já testemunharam ali ao longo de todos esses anos. Intitulada pela diretora Maria Tereza Casazza como “Casa de Milagres”, a Apae já viu grandes feitos e providências divinas nas finanças, no social e na moral da associação. Tereza também destacou que ali, mais do que realizar atendimentos e procedimentos perfeitos – uma vez que na vida não existe perfeição – o mais importante é que os alunos se sintam amados por cada profissional que ali se dedica.
O prefeito Bill Souza e a primeira-dama Andrea Souza também marcaram presença e fizeram questão de homenagear a associação com uma placa e flores. Logo após as palavras proferidas por todos os componentes da mesa diretiva deu-se início ao íntimo almoço. Participaram do evento apenas funcionários, corpo administrativos, diretores e convidados pontuais. A tarde fria de anteontem foi perfeita para uma bela feijoada, seguida de doce-de-abóbora e bolo, com direito a ‘Parabéns a você’. Talvez, em outras épocas, esses 40 anos da Apae, certamente, teriam sido celebrados com uma grande-grande festa, como todos o sucesso do ‘Boi no Rolete’, da ‘Galeteria’ ou da ‘Barraca Italiana da Festa das Nações’. Mas o aniversário da Apae foi comemorado em sua essência, de forma intimista, como uma grande família, unida e em volta da mesa, com comida na mesa e muita, mas muita gratidão no coração. Que alegria pode ter estado neste evento que pra mim será sempre inesquecível pois pra mim, além de todo significado pelo meu contexto familiar e afetivo, a bodas da Apae foi o meu primeiro evento desde o início da pandemia. E lá eu encontrei amigos jornalistas, fotógrafos e profissionais da comunicação. Todos respeitamos as medidas de segurança do “novo formato” e testemunhamos a comemoração de uma festividade e uma dádiva, infinitamente, merecida. Parabéns, Apae Nova Odessa! Recebam meus cumprimentos de gratidão também.