Faltando dois minutos para o fechamento da Câmara de Nova Odessa, a vereadora licenciada Carol Moura (Podemos) apresentou no final da tarde de ontem, pessoalmente, seu pedido para retornar à função no Legislativo.
Carol pediu exoneração na terça-feira do cargo de secretária de Desenvolvimento Econômico de Nova Odessa, um dia após tornar-se pública nos meios de comunicação e rede sociais a prisão dela, em fevereiro, sob acusação de furto.
Carol é ré em uma ação penal por furto qualificado. A vereadora foi detida em 17 de fevereiro, acusada de furtar cinco peças de roupas em uma loja da Zara no Shopping Parque D. Pedro, em Campinas.
Ela foi liberada no dia seguinte, após Audiência de Custódia e pagou fiança, no valor de R$ 998,00 (um salário mínimo), dois dias depois, para responder em liberdade.
Carol Moura estava afastada do Legislativo desde agosto de 2018, quando assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico a convite do prefeito Bill Souza (PSDB).
No requerimento apresentado ontem para reassumir sua função na Câmara, Carol Moura comunica que se desincompatibilizou do cargo de secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, de acordo com a Portaria nº 9.163, publicada ontem pela Prefeitura no Diário Oficial. Ela pediu exoneração do cargo.
A Câmara vai informar ao atual ocupante da cadeira, o segundo suplente Oséias Domingos Jorge (PV), de que a vereadora reassume a função imediatamente, segundo a Assessoria de Imprensa do órgão.
O primeiro suplente, o vereador Wladiney Pereira Brigida, o “Polaco” (SD), está licenciado após ser submetido a uma cirurgia de coluna no dia 22 de fevereiro. Seu pedido de licença, a princípio por 31 dias, foi lido em plenário na sessão do dia 6. Oséias tomou posse na sessão na última segunda-feira.
Na segunda-feira, por volta das 15h30, quando a Imprensa regional já começava a divulgar o caso, o prefeito Bill Souza solicitou a presença da ainda secretária ao seu Gabinete, após ter sido “surpreendido pelo caso”, através da mídia.
No entanto, de acordo com a Assessoria de Imprensa da prefeitura, o prefeito não sabia que Carol Moura já havia apresentado um pedido de afastamento por 30 dias, alegando questões de saúde, por volta das 12h30. No dia seguinte, ela pediu exoneração – que foi aceita pelo prefeito tucano.
DEFESA
Advogado de Carol, Bittencourt Leon Denis de Oliveira Junior afirmou que sua cliente reúne condições plenas para retornar ao Legislativo.
“Não existe impedimento jurídico ou de qualquer outra natureza que a impeça de exercer o mandato eletivo”, afirmou ele.
Ele classificou como “mal-entendido” o caso registrado no shopping Parque D. Pedro, em Campinas, envolvendo sua cliente.
Segundo ele, Carol Moura tomou inadvertidamente uma dose extra de medicação para controle de ansiedade no dia do acontecido – o que teria provocado confusão mental na parlamentar.
De acordo com o advogado, Carol Moura estava atordoada após uma briga familiar ocorrida naquele dia e se enganou ao sair da loja com as roupas.