domingo, 29 setembro 2024

Cetesb autoriza CPFL a liberar aguapés, mas MP questiona

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) autorizou a CPFL Renováveis a liberar no Rio Piracicaba as plantas aquáticas que há anos infestam a Represa de Salto Grande, em Americana.

O parecer da Cetesb, favorável ao pedido da companhia energética responsável pelo reservatório, no entanto foi considerado ontem “incompleto” pelo Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente) do MP (Ministério Público), que solicitou à agência ambiental a apresentação de novos documentos.

A autorização para liberar os aguapés rio abaixo foi concedida no último dia 8 e a CPFL poderá realizar a operação no período de chuvas, por um prazo de 60 dias a partir da data de início, a ser informada à companhia ambiental. Até ontem, a Cetesb ainda não havia sido contatada pela concessionária, responsável pelo reservatório.

O vertimento das macrófitas (nome dos populares aguapés) se dará por meio da abertura de uma comporta de superfície. Com isso, no lugar da retirada mecânica que vem sendo feita pela CPFL com máquinas na represa, as plantas seriam liberadas no curso do rio.

Um especialista contratado pela CPFL para a realização de um estudo sobre o ciclo de vida e manejo dos aguapés defendeu, no fim do ano passado, que a força da água vai triturar as plantas – o que afastaria o risco de proliferação.

A direção da CPFL Renováveis não informou até ontem a data de início da execução do Plano Emergencial. A empresa explicou apenas que o vertimento faz parte do estudo para formas complementares de manejo e controle das plantas, realizado pela companhia.

HISTÓRICO
A CPFL Renováveis suspendeu, em janeiro do ano passado, a remoção mecânica das macrófitas para a realização de estudos técnicos para identificar formas de lidar e controlar as plantas.

Neste período, formou-se um “tapete verde” de plantas na superfície da água.

Após 11 meses de suspensão do serviço, a empresa retomou e ampliou a remoção mecânica, que desde dezembro é executada por meio de um barco-trator, dois caminhões basculantes, dois barcos e uma escavadeira.

O crescente acúmulo de plantas aquáticas na superfície do reservatório tem mobilizado a opinião pública, que cobra medidas concretas dos governantes.

Uma reunião promovida pela Prefeitura de Americana, em março, contou com a participação de mais de 250 pessoas.

 
 

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