Empresas do setor têxtil devem crescer no máximo 1,5% em 2019. Esta foi a principal projeção feita pelo presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Fernando Pimentel, na tarde de ontem, em entrevista ao TODODIA.
Ele ministrou palestra promovida pelo Sinditec (Sindicato das Indústrias de Tecelagem, Fiação, Linhas, Tinturaria, Estamparia e Beneficiamento de Fios e Tecidos de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré) a empresários do ramo, na sede do sindicato, em Americana.
As estimativas da entidade são de que o varejo de vestuário cresça entre 1% a 1,5%, considerando os dados nacionais registrados até julho e a projeção da Abit para agosto. Já a produção têxtil estimada com base nas mesmas estatísticas deve fechar 2019 com um índice entre “pequeno negativo e zero”, segundo Pimentel.
“Não vai ser um ano que vá deixar saudades, é muito provável que haja empate. Por outro lado, considerando todo o quadro – iniciamos o ano com muito entusiasmo, depois houve uma ligeira queda na confiança e agora, uma ligeira recuperação – eu diria que o cenário não é totalmente desastroso como foi em alguns momentos deste ano. Poderíamos ter números piores”, ponderou.
Até agosto deste ano, o índice de crescimento do setor de vestuário em todo o país foi de 1,1%, segundo ele. Já a produção têxtil encolheu 2,3% nos primeiros oito meses de 2019, de acordo com dados informados pelo presidente da Abit.
Comparado com o resultado de 2019, a análise dos últimos 12 meses revela a recuperação gradual da indústria têxtil. Enquanto o setor de vestuário encolheu de 2,8%, os produtos têxteis avançaram 0,7% no período (agosto de 2018 a agosto de 2019), segundo a associação.
Os índices poderiam ser melhores, segundo ele. “Isso não faz jus ao potencial de nossa indústria e de nosso país. O Brasil tem que almejar crescer 4% ao ano. A indústria têxtil e de confecção tem todos os pilares para complementar este crescimento: temos tecnologia e temos gente”, garantiu.
As estimativas para o setor em 2020 são de um crescimento de até 2%. “Tomara que nós consigamos chegar ao final deste ano com uma trajetória projetando um valor maior para 2020. É possível pois temos inflação baixa, contas externas ok e as taxas de juros básicas mais baixas da nossa história”, projetou.