quarta-feira, 15 janeiro 2025

Atirador da Catedral escreveu que faria ‘algo grande’ e citou ‘massacre’

Polícia Civil de Campinas voltou ao quarto do atirador Euler Fernando Grandolpho, 49, que matou cinco pessoas na Catedral Metropolitana de Campinas e se suicidou em seguida, na última terça-feira, e apreendeu novos materiais que podem ajudar a esclarecer o massacre que chocou o mundo.

Entre os objetos recolhidos, estão bilhetes que reforçam a mania de perseguição e indícios de que o assassino já planejava algum tipo de ação que chamasse a atenção.

Na casa dele, em Valinhos, também foram apreendidos outros carregadores da pistola e do revólver calibre 38 usados na chacina, além de uma pequena quantidade de maconha.

Em uma anotação com data de 28 de dezembro de 2017, o atirador reforça que está sendo perseguido e diz que vai fazer “algo grande, para que o Estado tome providências com relação a isso e identifique os verdadeiros culpados”.

Grandolpho também cita, em outro manuscrito de 29 de agosto de 2018, que “elas estão com fogo no…” e “só param com ajuda profissional ou um massacre”.

O delegado do 1º DP (Distrito Policial), Hamilton Caviola, disse ontem que “elas” possivelmente são as pessoas que supostamente o perseguiam. O atirador comenta que vai “carregar a CZ”, em alusão à arma utilizada no ataque dentro da igreja, uma pistola CZ 9 mm.

Segundo o delegado José Henrique Ventura, diretor do Deinter-2 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo), isso indica que Grandolpho tinha a arma havia pelo menos um ano.

“Há pelo menos um ano ele tinha essa arma. E essas munições são antigas, então ele tinha tudo isso há algum tempo”, declarou.

No quarto dele foram encontrados recortes de jornais, quatro carregadores vazios de 9mm, munições de 9mm e de calibre 38, pequena quantidade de maconha e muitos cd’s.

Ainda há a necessidade de analisar tudo o que foi encontrado, principalmente os cd’s e os manuscritos.

“Tudo indica que ele foi construindo a história na cabeça dele com o passar dos anos. Ele precisava fazer algo que comprovasse a história da perseguição”, apontou Ventura ontem.

 
 

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