segunda-feira, 25 novembro 2024

Omar fala em ‘palanque político’ e recusa convite da CEI da Saúde

 

O prefeito de Americana Omar Najar (MDB) recusou o convite para comparecer na reunião da CEI (Comissão Especial de Inquérito) da Saúde, que realiza hoje quatro oitivas no auditório da Câmara. O chefe do Executivo afirma, em ofício encaminhado à comissão, que a condução dos trabalhados dos vereadores está “desvirtuada” e que a CEI está sendo utilizada como “mero palanque político” por parte de seus membros.
O convite para Omar comparecer foi feito pela presidência da CEI após uma testemunha apresentar denúncias contra o prefeito, em reunião no dia 12 de junho. Na época, o prefeito não se manifestou sobre as afirmações.
Ontem, a assessoria de imprensa da Prefeitura divulgou a resposta que o prefeito encaminhou para a comissão, que tem como presidente a vereadora Maria Giovana Fortunato (PCdoB). Ele aponta uma suposta “desvirtuação” dos trabalhos.
“Não obstante, é público e notório que ao longo dos trabalhos a condução da referida CEI foi desvirtuada. Esse importante instrumento, previsto na nossa Lei Orgânica para apuração de fatos determinados no âmbito municipal, tem sido utilizado por parte de seus membros como mero palanque político, extrapolando o objeto de investigação e investindo com suposições falaciosas até mesmo contra aspectos da vida pessoal e familiar do prefeito municipal”, escreveu Omar.
O prefeito ressaltou que o cenário de “hostilidade” e “conversão da CEI em palco para práticas políticas abjetas visando projeção midiática, quiçá com vistas ao cenário eleitoral que se aproxima”, fizeram com que ele recusasse o convite. Ao longo do ofício, Omar afirma que sempre foi favorável às investigações e que colaborou com todas as solicitações da comissão.
Na sessão da última quinta-feira, os trabalhos da CEI foram prorrogados por 15 dias, o que contraria a vontade da presidência da CEI, que pedia mais 180. A vereadora Maria Giovana chegou a apontar uma suposta manobra para acabar com as investigações.
Dentre as ilegalidades já encontradas pela CEI, a vereadora citou o caso de um médico que recebia mais de R$ 70 mil por mês, com horas de trabalho exorbitantes, tendo trabalhado 24 horas durante 30 dias, e irregularidades na contratação desses profissionais.
RACHA
Membro da CEI, o vereador Luiz Carlos Cezaretto, o Luiz da Rodaben (PP) é um dos parlamentares que também endossa a versão de que a comissão perdeu o foco. Ele atribui tal situação à presidente Maria Giovana. No entanto, reforça que a CEI não foi “enterrada”, como tem circulado em redes sociais, e que prova disso são as oitivas marcadas para hoje.
“Perdeu o foco, está com um viés eleitoreiro, pessoal. Atribuo à própria presidente. Ela tem feito isso. (…) Fica usando a tribuna para falar da vida pessoal do prefeito. O que a CEI tem a ver com isso? Quando a CEI foi montada, era para apurar desvio financeiro. (…) Não podemos desviar o foco e dar mais 180 dias para direcionar para o lado pessoal do prefeito. Se precisar de mais 15 dias para terminar o relatório, vamos dar”, afirmou Rodaben.
OITIVAS
Quatro pessoas serão ouvidas pela CEI hoje. Na lista estão dois médicos da Fusame (Fundação de Saúde de Americana): Lucio Pereira Duarte Junior e José Vitorio Toman Junior. Além deles, também serão ouvidos o subsecretário da unidade de controle interno da prefeitura, Lucio Pereira Ferrari Jorge, e o ex-funcionário da Associação Plural e encarregado pelas escalas dos médicos, Tadeu Ariosa de Souza.
As oitivas acontecem no auditório da Câmara de Americana, a partir das 9h.
O OUTRO LADO
A vereadora e presidente da CEI da Saúde, Maria Giovana, informou que as denúncias relacionadas ao prefeito não são o foco principal da comissão e que já foram encaminhadas para um órgão competente. “Essa questão pessoal foi tratada como deveria ser. A pessoa que senta ali (na oitiva) jura falar a verdade. Não entramos no mérito de que ela está mentindo, cabe a nós apurar. (…) O prefeito vem usando isso como manobra política para justificar o fim de investigações muito sérias. (O convite para CEI) era oportunidade para ele falar sobre isso, em uma comissão que tem acompanhamento da imprensa, da sociedade civil”, afirmou,.
A vereadora questionou ainda o empenho de Rodaben ao longo da CEI. “Se não me engano ele foi no máximo duas vezes (nas reuniões). É um membro que não esteve presente para realmente opinar”, apontou.
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