Um em cada quatro eleitores aptos a votar em 2020 em Americana tem mais de 60 anos. Os são dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e atestam o envelhecimento da população. O cenário de aumento de idosos no eleitorado pode ser decisivo no pleito, sobretudo por conta da pandemia, que pode fazer com que boa parte dos eleitores dessa faixa etária deixem de comparecer às urnas.
De acordo com os dados da Justiça Eleitoral, em 2016, os idosos representavam 21% do total de eleitores na cidade. Eles somavam 36.089 dos 171.181 eleitores. Quatro anos depois, o número de idosos aumentou 20%. Atualmente, os eleitores com mais de 60 anos somam 43.305 dos 175.461 aptos a votar, o que representa 24% do total.
Os dados confirmam as estatísticas da fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que revelou que a cidade vive o maior envelhecimento de sua história.
O reflexo dessa situação nas urnas, porém, é incerto, e divide opiniões dos candidatos e candidatas à prefeitura. Por conta da pandemia, teoricamente é mais difícil chegar pessoalmente a esse público na campanha, em que pese algumas candidaturas afirmem que os idosos estão bastante conectados às redes sociais.
Mas ainda que eles sejam impactados pelas propostas, resta a dúvida sobre o comparecimento deles às urnas, já que não existe obrigatoriedade de voto para esse público, que é considerado grupo de risco para a Covid-19 e pode acabar não querendo se expor ao risco de ir votar. Isso tudo tem sido analisado pelas coordenações de campanha e pode ser decisivo.
Talitha De Nadai (PSD), Kim (SD), Maria Giovana (PDT), Alfredo Ondas (MDB) e Adriano de Oliveira (PSOL) disseram que acreditam que a pandemia terá algum impacto no comparecimento dos idosos.
Eles apontaram que é preciso respeitar a decisão de cada eleitor nesse momento. Eles apontaram, porém, que a consciência política e o compromisso dos idosos com a democracia pode fazer com que muitos resolvem enfrentar os riscos.
Chico Sardelli (PV), Rafael Macris (PSDB) e Major Crivelari (PSL) revelaram ter menor expectativa de impacto da pandemia na decisão dos idosos de ir ou não votar. Eles também citaram a responsabilidade e o censo de cidadania dos idosos nesse momento. A petista Lurdinha Ginetti não respondeu aos questionamentos da reportagem.
O fotógrafo e produtor cultural Juarez Godoy, por exemplo, se encaixa no grupo que vai às urnas mesmo sem precisar. Ele completou 60 anos em março, no início da pandemia, e disse que mesmo não sendo mais obrigado e, agora, fazendo parte do grupo de risco, cumprirá seu dever de eleitor.
“Eu nunca falhei em nenhuma eleição. Enquanto eu tiver pernas para chegar até as urnas, irei votar”, afirmou o eleitor americanense.
CAMPANHA
Em relação às ações de campanha para atingir esse público, todas as candidaturas disseram que estão adotando todas as precauções possíveis para que o material chegue até os idosos.
Além disso, as ações virtuais entre os idosos também terão foco dos candidatos, visto que a terceira idade, na análise deles, tem acessado cada vez mais as redes sociais.