terça-feira, 30 abril 2024

Gaeco denuncia quatro por corrupção em Santa Bárbara e Americana

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público denunciou, por corrupção ativa, quatro supostos responsáveis por um esquema de bingos clandestinos que funcionavam em Santa Bárbara d’Oeste e Americana. Segundo a ação, eles pagavam policiais para manter os bingos em funcionamento. 

O esquema criminoso foi levado a público no final do ano passado na operação Bellagio, que apreendeu R$ 210 mil e prendeu os três supostos responsáveis pelos bingos, um ex-policial que fazia a “escala” dos PMs contratados por R$ 100 para fazer a segurança do local, dois policiais civis, que recebiam R$ 2 mil por mês para não investigar crime, e outros três PMs que trabalhavam na segurança do espaço. 

Os responsáveis pelos bingos respondem por associação criminosa, além do crime de promover jogos de azar, em outro processo. Na ação movida essa semana, eles são denunciados pelo crime de corrupção ativa por conta da contratação dos policiais para atuarem no esquema e, consequentemente, não coibirem a prática criminosa. 

Na ação, os promotores do Gaeco apontam que o trio e o ex-policial militar eram os líderes da organização criminosa e por diversas vezes ofereceram e pagaram quantias entre R$ 50 e R$ 100 para os policiais trabalharem nos bingos. “Eles corrompiam policiais civis e militares para assegurar a continuidade das atividades ilícitas, bem como evitar qualquer medida estatal contra o grupo criminosa”, traz a ação. 

A denúncia é baseada em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça Militar no celular de um dos policiais envolvidos. Nas gravações, todo o esquema é detalhado em diálogos entre os membros da organização. Além disso, anotações feitas em cadernos de controle de contabilidade dos bingos apreendidos na operação também mostram os nomes dos mesmos policiais citados nas conversas, bem como os valores a eles destinados por dia trabalhado. 

“A participação dos policiais militares e policiais civis é essencial para o desenvolvimento e perpetuação das atividades ilícitas, uma vez que a integração deles ao esquema é que assegura seu funcionamento cotidiano e impede que investigações ou operações a cargo das polícias venham a dificultar a prática das contravenções penais praticadas”, aponta o Gaeco na denúncia. 

A ação pede que os acusados sejam citados e condenados após os trâmites processuais. Até ontem, não havia manifestações dos acusados no processo. 

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